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STF arquiva inquérito contra Renan e Jader por propinas em Belo Monte

Placar do julgamento no plenário virtual está em 7 a 0; ministros dizem que, após cinco anos, não há indícios de crime

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Foto do author Fausto Macedo
Por Rayssa Motta e Fausto Macedo
Atualização:

*Atualizado às 19h57 do dia 11.02 com o placar final do julgamento

Jader Barbalho (à esq.) e Renan Calheiros. Foto: Dida Sampaio/ESTADÃO

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Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu arquivar um inquérito que investiga se os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Jader Barbalho (MDB-PA) receberam propinas nas obras da hidrelétrica de Belo Monte.

O julgamento foi travado no plenário virtual, plataforma que permite aos ministros incluírem os votos no sistema online sem necessidade de reunião presencial ou por videoconferência.

A investigação, aberta em 2016 a partir da colaboração premiada do senador cassado Delcídio do Amaral, foi prorrogada sete vezes. Segundo a delação, construtoras contratadas acertaram o pagamento de R$ 30 milhões em propina ao PT e ao PMDB.

Relator do processo, o ministro Edson Fachin abriu os votos na semana passada e se manifestou pelo encerramento da investigação por considerar que, após cinco anos, o Ministério Público Federal não conseguiu reunir provas contra os senadores. Ele também afirmou que o inquérito ultrapassa 'duração razoável' e, apesar disso, não há 'qualquer perspectiva de desfecho conclusivo próximo'.

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Em seu voto, Gilmar Mendes também apontou que 'inexistem elementos mínimos de materialidade ou autoria delitiva' que justifiquem a continuidade do inquérito.

"O pedido da Procuradoria-Geral da República de manutenção das investigações contra os parlamentares se baseia em relatórios pretéritos produzidos pela Polícia Federal, os quais não foram confirmados após o aprofundamento das investigações", escreveu.

Os ministros analisaram um recurso apresentado pelo advogado Luís Henrique Machado, que defende Renan Calheiros no caso, contra a mudança de posicionamento da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o arquivamento do inquérito. A PGR chegou a se manifestar pelo encerramento da investigação por falta de provas, mas voltou atrás dois dias após o senador apresentar o relatório final da CPI da Covid, sugerindo o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro (PL). A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo disse que a primeira manifestação foi encaminhada 'por equívoco'.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO LUÍS HENRIQUE MACHADO, QUE DEFENDE RENAN CALHEIROS

"O resultado do julgamento, provendo o recurso da defesa, foi claro no sentido de que o excesso de prazo da investigação estava caracterizado aliado à ausência de indícios de autoria e materialidade em relação ao Senador. Em suma, investigação, como a presente, é fundamental a intervenção do Poder Judiciário, com o fim de evitar abuso e contrangimento ilegal".

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