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'Sou doleira', diz primeira testemunha da CPI da Petrobrás

Deputados que estão em Curitiba, sede da Lava Jato, começaram a ouvir depoimento de doleira que namorou Youssef

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Nelma Kodama presta depoimento à CPI da Petrobrás. Foto: Ricardo Brandt/Estadão

Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Julia Affonso

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A doleira Nelma Penasso Kodama, condenada nos processos da Operação Lava Jato, começou a prestar depoimento aos deputados da CPI da Petrobrás, em Curitiba, na manhã desta terça-feira, 12. Os parlamentares estão na capital do Paraná para ouvir 13 alvos das investigações que estão presos.

"Eu sou doleira, comprava e vendia moedas no mercado negro. E isso vai constar no termo de colaboração que estou firmando", afirmou a doleira, que já foi sentenciada.

Nelma foi uma das namoradas do doleiro Alberto Youssef - alvo central da Lava Jato. Ela é conhecida como a 'Dama do Mercado'. Em seus e-mails e mensagens gostava de usar pseudônimos como Greta Garbo, Cameron Diaz e Angelina Jolie. 

A doleira foi presa na madrugada de 15 de março de 2014, quando tentava embarcar para Milão, na Itália, com 200 mil euros escondidos sob a roupa. Ela negou na CPI, que estivesse fugindo do País.

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"O dinheiro estava no bolso e não na calcinha", disse a doleira, que levantou da cadeira para mostrar os bolsos de trás da calça onde estavam os 200 mil euros aos parlamentares.

Alvo da Operação Dolce Vitta - um dos braços da Lava Jato que mirou o núcleo de doleiros que atuava em parceria com Alberto Youssef -, o depoimento de Nelma deve trazer novos fatos sobre o mercado de câmbio negro envolvendo o esquema de corrupção na Petrobrás.

Ela confessou evasão de divisas num esquema pessoal que movimentava US$ 300 mil, por dia, e relações financeiras com outros dois doleiros presos na Lava Jato (Alberto Youssef e Raul Srour). Aos 47 anos, declarando-se em fase terminal de vida, revelou no ano passado que começou a escrever um livro atrás das grades.

"Ainda tenho a intenção de escrever um livro. Sobre a minha história, sobre tudo que aconteceu. Estou escrevendo aqui na carceragem da Polícia Federal", afirmou ela à Justiça.

O caderno manuscrito foi tomado dela pela PF. Doleira dos comerciantes da 25 de Março e do Brás, que segundo ela chegavam a importar contêineres da China de US$ 100 mil e pagar apenas US$ 30 mil legalmente, Nelma foi usada por Youssef em movimentações financeiras. "Eu intermediava as operações de cambio, que é a de dólar-cabo, que é a evasão de divisas e eu estou confessando."

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