O ano foi muito difícil na política e na economia. Dificílimo. Porém, os brasileiros deram uma lição de cidadania e de neo política.
Sim, porque o nosso sistema bicameral se dividiu entre Brasília e as ruas. Tudo que Brasília aprovava, mas as ruas rejeitavam, voltava à estaca zero. Ou era revogado.
Assim foi em relação a vários temas de nossa vida política neste ano. Personagens até então intocáveis saíram de cena a partir da Câmara (ou seria o Senado?) das ruas. O STF mudou sua jurisprudência para acolher os Decretos e as Resoluções "interna corporis" das ruas. O apoio incondicional e intransigente à Operação Lava Jato também adveio das tribunas e do plenário das ruas.
Vão dizer que as pautas eram difusas, que o povo era manipulado.
Discordo. O povo é sábio.
Estamos diante da neo política, em que a mobilização e o engajamento via redes sociais mostrou uma nova realidade de transformação social.
É possível que com o avanço dessas tecnologias - e da prática desses novos comportamentos de modo sistemático - nem mais seja necessário um Congresso tal e qual concebemos hoje.
Se 2016 foi um ano dificílimo, como de fato foi, avançamos em nosso processo de fortalecimento democrático por meio da participação popular.
Esse foi, na minha avaliação, nosso grande ganho em 2016.
Que venha 2017 com a renovação da esperança de um país melhor. Nós, brasileiros engajados, temos certeza de que merecemos e de que é possível.
Feliz ano novo.
* Marcelo Knopfelmacher, advogado tributarista