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Sob suspeita de corrupção em exportação de madeira, Salles entrega celular à PF 19 dias depois de ser alvo de buscas

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Foto do author Rayssa Motta
Por Pepita Ortega e Rayssa Motta
Atualização:
Ricardo Salles. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, entregou seu celular à Polícia Federal nesta segunda-feira, 7, 19 dias após ser alvo de buscas da Operação Akuanduba - investigação sobre supostos crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação do contrabando de madeira. Ao comunicar o Supremo Tribunal Federal sobre a apresentação do aparelho às autoridades, os advogados do ministro alegaram que o celular 'não foi requerido na data da diligência'.

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O movimento de Salles acontece após o ministro Alexandre de Moraes, relator da Akuanduba, dar cinco dias para a Procuradoria-Geral da República se manifestar sobre a possibilidade de afastamento e prisão do ministro do Meio Ambiente, com base em uma notícia de fato que acusou Salles de obstrução de Justiça por não entregar o telefone à PF no dia em que a ofensiva foi deflagrada, no dia 19 de maio.

"[A advogada] alega que, ao ocultar seu celular e mudar o número de telefone no curso das investigações (conforme noticiado no Jornal Nacional), delas tendo ciência, o noticiado, que como Ministro tem dever legal de cumprir ordens judicias de outros Poderes, incorreu, em tese, em tipos penais e de improbidade administrativa, visando obstruir a aplicação da lei penal e embaraçando a investigação de organização criminosa transnacional. Requer, assim, 'seja decretado o afastamento cautelar do Ministro Ricardo Salles e sua prisão em flagrante, pois continua descumprindo a ordem do STF; subsidiariamente, sua prisão preventiva, por estar ameaçando a colheita de provas e a aplicação da lei penal'. É o breve relato. Abra-se vista à Procuradoria-Geral da República para manifestação", escreveu Alexandre em despacho assinado nesta sexta-feira, 4.

A investigação da Polícia Federal que atingiu o ministro do Meio Ambiente apura indícios de favorecimento de empresas na exportação ilegal de madeira. Salles também é alvo de um segundo inquérito, conduzido pela ministra Cármen Lúcia, sob suspeita de obstruir a maior investigação ambiental da Polícia Federal em favor de quadrilhas de madeireiros. Ele nega irregularidades.

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