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Síndrome de Down não é doença, tampouco uma característica que defina as pessoas

É tempo de valorizar as diferenças, de entender que cada um é singular e que todos temos o direito a uma vida plena

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Por Aracélia Lucia Costa
Atualização:

Aracélia Lucia Costa. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Inclusão é permitir que as pessoas com Síndrome de Down e outras deficiências sejam o mais autossuficientes possíveis, oferecer os apoios necessários para que desenvolvam plenamente sua autonomia e romper com as barreiras atitudinais que impedem o direito à sua inserção na sociedade.

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Felizmente, as pessoas com Síndrome de Down estão ocupando hoje os mais diferentes espaços sociais e esse sentimento de pertencimento tem sido um desafio contínuo diante das gritantes desigualdades experimentadas e vividas pelas pessoas com deficiência. É necessário refletir sobre o papel de cada um em garantir no seu cotidiano o respeito aos princípios da diversidade e aos direitos humanos.

Neste Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março, a Apae de São Paulo reforça que a deficiência não define nenhuma pessoa. Muito pelo contrário, são as nossas funcionalidades e aptidões que nos definem. Cada ser é único e as pessoas com Síndrome de Down ou com qualquer outra deficiência devem ser reconhecidas pelas suas especificidades e respeitadas a viverem da forma mais plena e inclusiva possível, sem serem estereotipadas, diminuídas ou infantilizadas.

As pessoas com Síndrome de Down ou qualquer outro tipo de deficiência devem ter seus direitos garantidos, devem frequentar qualquer lugar que queiram, devem ter o direito de estudar em escolas comuns, de terem uma ocupação, de entrarem no mercado de trabalho, de terem vida afetiva e sexual, de tomarem suas próprias decisões, de decidirem sobre sua própria vida.

A Organização, ao longo dos seus 57 anos, vem trabalhando ativamente contra qualquer tipo de preconceito ou discriminação, em especial às pessoas com deficiência intelectual. Nesta data comemorativa é tempo de renovarmos o compromisso com uma sociedade mais inclusiva, em que a visão de incapacidade sobre as pessoas com deficiência seja um olhar antigo, primitivo. Já é passada a hora de uma convivência harmoniosa e de uma vida com equidade, onde todos, independentemente das suas especificidades, tenham seu lugar.

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Este ano, o foco do trabalho de Advocacy da Apae de São Paulo está na defesa da escola comum como um direito a qualquer aluno com deficiência. A campanha veiculada sobre o direito à educação inclusiva abre um canal de denúncias a escolas que se recusarem a matricular alunos com qualquer tipo de deficiência, doença mental ou crônica.

Outro ponto importante que destacamos neste Dia Internacional da Síndrome de Down é a parceria que a Apae de São Paulo firmou recentemente com a Open Society Foundation, Organização Internacional que trabalha pela construção de sociedades com maior equidade, com o objetivo de consolidar no Brasil mudanças de práticas sociais e jurídicas que favoreçam o exercício da capacidade jurídica e apoiem o processo decisório das pessoas com deficiência.

Neste momento em que celebramos o Dia Internacional da Síndrome de Down somos chamados novamente a valorizar as diferenças e respeitar as especificidades de cada um, a identificar as características, reconhecer as potencialidades e desejos das pessoas com deficiência. Neste momento temos a oportunidade de refletir sobre o processo dinâmico da inclusão de pessoas com deficiência na sociedade e trabalhar conjuntamente para garantir todos os apoios que essas pessoas necessitem para sua plena inclusão.

*Aracélia Lucia Costa é superintendente-geral da Apae de São Paulo

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