O Sindicato de Trabalhadores da USP (Sintusp) informou nesta quarta-feira, 18, que aprovou paralisação de servidores no campus da instituição, na zona oeste de São Paulo. A medida, segundo a entidade, é para pressionar o reitor Vahan Agopyan a suspender as atividades presenciais que foram mantidas após determinação da universidade nessa terça-feira, 17.
Procurada, a USP informou no início da tarde desta quarta que não tem informações sobre setores paralisados na instituição, mas que monitora o caso.
A USP suspendeu todas as aulas presenciais da graduação e pós-graduação da instituição quase uma semana depois de um aluno do curso de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) testar positivo para coronavírus. A medida foi anunciada pela reitoria afirmando que a universidade 'não vai parar'.
Em relação aos servidores e terceirizados, a Coordenadoria de Administração Geral (Conage) concedeu ponto facultativo a docentes, funcionários técnicos e administrativos com mais de 60 anos e servidores com doenças crônicas, além de gestantes, pais de crianças com até dez anos de idade e funcionários com sintomas de gripe. Nestas situações, a USP permitiu o trabalho remoto ('home office).
A Conage também afirmou que as atividades administrativas poderão funcionar em regime de contingenciamento ou rodízio, sem prejuízo ao salário e benefícios.
As medidas, contudo, só entram em vigor a partir da próxima segunda-feira, 23.
De acordo com o diretor do Sintusp, Reinaldo Souza, as propostas não englobam todo o corpo de servidores e terceirizados, que continuarão a se deslocar até os campi da USP sob risco de contágio. "Com a suspensão das aulas, fechamento das bibliotecas, suspensão de eventos, de concursos e afins, na prática, tem pouca coisa para os funcionários fazerem", afirma. "A obrigação dos funcionários virem ao trabalho é quase um castigo, pautado em critérios burocráticos e elitistas".
O sindicato diz que ter enviado ofício à reitoria solicitando reunião para discutir medidas para mitigar riscos aos funcionários da instituição. Segundo o Sintusp, casos emergenciais como o Hospital Universitário devem ser mantidos, 'inclusive com contratações emergenciais para atender a demanda'. Outros setores seriam laboratórios que pesquisam sobre o coronavírus e os funcionários da vigilância e segurança, 'com novas escalas e atenção aos servidores de grupos de risco'.
"É avaliar quais setores seriam realmente essenciais, e liberar o restante", afirma Souza.