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Setembro Amarelo: prevenção e atenção aos sinais de alerta podem salvar vidas

Por Patrícia Santos
Atualização:
Patrícia Santos. Foto: Divulgação

O suicídio é um problema de saúde pública que afeta a todos nós e, como sociedade, nenhum de nós está imune. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos, quase 800 mil pessoas morrem como resultado do suicídio, ou seja, a cada 40 segundos alguém tira sua própria vida. E os dados alarmantes não param por aí. Ainda, segundo estudos, o suicídio figura como a segunda maior causa de morte, depois dos acidentes, entre jovens de 15 a 24 anos. E, embora o número de suicidas homens seja cinco vezes maior do que o de mulheres, as estatísticas demonstram que elas são as que mais tentam.

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O custo emocional para os sobreviventes enlutados do suicídio é incomensurável. Além do sentimento de remorso associado à morte de um ente querido, eles também experimentam culpa, raiva, ressentimento, confusão e angústia por questões não resolvidas.

As causas que levam a tal ato são complexas e variáveis. Dentre as mais comuns, quase 80% dos casos demonstram que os suicidas estavam vivendo uma depressão situacional, muitos sofriam de depressão, que causa tristeza profunda e pessimismo em relação às pessoas e ao futuro. Sentem também um sentimento de solidão e desamparo ou estão passando por problemas financeiros graves. Em outros casos, existe alguma pré-disposição familiar, usuários de drogas ou abusos com o álcool, adições que provocam num primeiro momento euforia e depois profunda depressão. Independente do motivo, todos, sem exceção, estavam remoendo algum pensamento negativo, com uma dor na alma insuportável e acreditando que o problema não tinha solução, não conseguiam enxergar oportunidades, perderam suas esperanças.

Mas, nem tudo são más notícias e a prevenção ao suicídio é possível. A própria OMS afirma que 9 a cada 10 casos podem ser evitados. E, embora as causas do suicídio sejam complexas, sabemos que a promoção de uma boa saúde mental, a prevenção e a redução do estigma contribuem para o bem-estar e a redução do suicídio e suas consequências. Todos nós podemos desempenhar um papel importante em sentido da vida, basta estar atento a alguns sinais de alerta. São eles:

  • Falar sobre "estar morto" e mudanças extremas de humor;
  • Não aceitar bem elogios, reagindo de maneira rude, por exemplo;
  • Mudanças drásticas nos hábitos, amigos ou aparência (novos amigos com perfil diferente, ausência constante na escola, abandono de atividades favoritas e não se importar mais com a aparência ou higiene pessoal);
  • Afastar-se de antigos amigos, família ou atividades que antes proporcionavam prazer ou um senso de identidade;
  • Um evento súbito, inesperado e trágico ou o aniversário de tal evento;
  • Aumento de sentimentos de medo;
  • Baixa autoestima;
  • Dificuldade de concentração, perda ou alta do apetite e do peso;
  • Raciocínio mais lento e episódios frequentes de esquecimento.

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É possível ajudar, caso alguém próximo apresente essas condições. Ao notar um conjunto desses sinais, é possível deixar claro que você está disponível e presente para o que for preciso, pedir que procure ajuda profissional e evitar que a pessoa fique sozinha. É importante lembrar também que não somos responsáveis pela situação daquela pessoa ou em salvá-lo. O problema será mais bem tratado por um profissional, mas, conscientizar e prevenir são iniciativas que todos podem fazer e ajudar muitas vidas.

*Patrícia Santos, consultora, escritora e palestrante, docente em cursos de pós-graduação. É especialista em Anger Management (Gerenciamento da Raiva), pela National Anger Management Association - NAMA de Nova Iorque, EUA, onde também é fellow. É coautora do livro "Raiva, quem não tem?". 

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