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Servidoras da UFPR gastaram R$ 350 mil de recursos de pesquisa em joias, aponta investigação

Para juiz da Operação Research, elas 'confundiam o conceito de bolsa enquanto acessório em que se acomodam bens e dinheiro pessoais com o de bolsa escolar enquanto prestação pecuniária a um pesquisador'

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Por Mateus Coutinho e Fausto Macedo
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Acusadas de fraudar documentos para liberar bolsas de pesquisa a pessoas que não tinham relação nenhuma com a Universidade Federal do Paraná, as servidoras da instituição Conceição Mendonça e Tania Cataplan teriam gasto R$ 350 mil dos recursos destas bolsas para adquirir joias e semijoias ao longo de três anos.

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As suspeitas foram levantadas pelas investigações da Operação Research, deflagrada na quarta-feira, 15, e que apura os desvios de ao menos R$ 7,3 milhões em recursos de bolsas de pesquisa entre 2013 e 2016. Parte destes recursos desviados foram pagos a duas vendedoras de joias, que a PF identificou terem vendido os apetrechos para as duas servidoras.

Para o juiz Marcos Josegrei, responsável pela operação, as duas servidoras "confundiam o conceito de bolsa enquanto acessório em que se acomodam bens e dinheiro pessoais com o de bolsa escolar enquanto prestação pecuniária a um pesquisador", assinala o magistrado na decisão que mandou soltar 25 investigados, mas manteve as servidoras detidas. Por ordem da Justiça, as duas foram afastadas dos cargos que exerciam na UFPR.

"Nesse cenário, utilizavam para o suas aquisições próprias os recursos da segunda quando deveriam, como todo cidadão honesto, fazer uso da primeira. No caso, a dificuldade semântica gerou uma conta, só em joias, de R$ 350 mil paga por todos os contribuintes. Felizmente, boa parte desses acessórios já se encontra em poder da Autoridade Policial, após cumprimento de novo mandado de busca expedido no dia de ontem", segue o juiz.

A investigação aponta que 27 pessoas recebiam os recursos das bolsas de pesquisa, mesmo sem ter nenhuma relação com a UFPR. Ao longo de três anos, o TCU constatou que foram pagos R$ 7,3 milhões em bolsas fraudadas neste esquema entre 2013 e 2016, liderado pelas duas servidoras que fraudavam as concessões dos recursos que deveriam ser destinados a pesquisa.

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