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'Servi à Petrobrás durante 28 anos, com orgulho', reage ex-diretor acusado por Cerveró

Rogério Manso, a quem o delator da Lava Jato atribuiu a produção de 'propinas enormes’, afirma que 'jamais realizou qualquer ato ilícito que pudesse prejudicar a Companhia'

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Por Fausto Macedo , Julia Affonso e Mateus Coutinho
Atualização:

Sede da Petrobrás, no Rio. Foto: Marcos de Paula/Estadão

O ex-diretor da Petrobrás Rogério Manso (Abastecimento) reagiu enfaticamente às declarações do delator da Operação Lava Jato Nestor Cerveró que a ele atribuiu a produção de 'propinas enormes'. "Durante minha carreira, incluindo o período em que fui responsável pela área de Abastecimento, jamais realizei ou permiti que alguém realizasse qualquer ato ilícito que pudesse prejudicar a Companhia a que servi, com orgulho, durante 28 anos", declarou Rogério Manso.

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Em e-mail à reportagem, o ex-dirigente da Petrobrás faz um relato sobre sua longa jornada na estatal petrolífera, como funcionário de carreira que foi. "Nunca precisei de apoio político para progredir; como empregado concursado e com experiência nas áreas em que atuei, sempre exerci minhas atribuições de forma leal e honesta."

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Em sua delação, Cerveró falou sobre o que chamou de 'República dos Caranguejos'. Segundo ele o termo veio da disputa pela presidência da Petrobrás, em 2005, com a saída de José Eduardo Dutra. "Houve uma disputa grande para o cargo. O nome de (José Sérgio) Gabrielli foi apoiado pela 'República dos Caranguejos. "

Cerveró disse, embora não tenha apresentado provas, que supostos repasses foram feitos para a campanha de Jaques Wagner ao governo da Bahia, em 2006,, por ação de Gabrielli. "Esse apoio financeiro se deu por recursos obtidos através do trading internacional da Petrobrás, que era controlado pela área de Abastecimento. Esse trading é o que opera a comercialização de petróleo e derivados no mercado internacional. O grupo que controlava o trading internacional era ligado a Rogério Manso, então assessor de Sérgio Gabrielli."

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Cerveró classificou Rogério Manso de "uma espécie de eminência parda".

No e-mail que enviou à reportagem, nesta sexta-feira, 3, Rogério Manso esclareceu, indignado. "Ao contrário do que afirma o delator, jamais ocupei função ligada a Sérgio Gabrielli. Ao deixar a Diretoria de Abastecimento em maio de 2004 assumi por um curto período de 6 meses a função de Assessor da Presidência, reportando diretamente a José Eduardo Dutra (antecessor de Gabrielli)."

"Assumi em novembro de 2004 a Gerência Executiva de Gás e Energia subordinada ao diretor Ildo Sauer, aí permanecendo até me afastar por iniciativa própria da Petrobrás, em fevereiro de 2007", destaca o ex-diretor.

"Desde que deixei o Abastecimento, em maio de 2004, não tive contato ou atuação, direta ou indireta, com o trading de combustíveis e petróleo da Petrobrás. Orientei minha carreira para novas atividades, desde o gás e energia, à implantação de projetos de renováveis, área em que atuo desde 2007."

Ao final da mensagem, Rogério Manso ponderou. "Prevalecendo a justiça, espero que essas acusações mentirosas e difamatórias de Nestor Cerveró gerem consequências comensuráveis em sua delação premiada."

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