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'Serial killer' e o pensamento nômade

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Por Flavio Goldberg e Valmor Racorti
Atualização:
Flavio Goldberg e Valmor Racorti. FOTOS: ARQUIVO PESSOAL  

Nos estudos complexos e sofisticados que se fazem sobre a conduta criminosa, uma das questões que chama a atenção e causa polêmicas e celeumas que tentam desvendar as causas, formas, conteúdos e estilos de procedimento é o que se convencionou denominar de "serial killer".

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A própria expressão, mantida em inglês já fornece uma pista de que se trata de ocorrência com frequência e requintes de modalidades muito presentes na cena social norte-americana, embora, obviamente, aconteçam em todos os países com peculiaridades como no caso brasileiro.

Se o crime de forma genérica é causado pelas circunstâncias sociais e biografias da formação pessoal ou se existe uma programação filogenética que divide de maneira radical os que se dedicam ao mister, seja teoricamente, seja os que por natureza de ofício se dedicam ao enfrentamento direto através da repressão, investigação, prevenção, no campo policial.

De qualquer perspectiva uma fonte, relativamente, recente tem merecido atenção dos neurocientistas aquilo que os filósofos as vezes classificam como "pensamento nômade".

Se existe o consenso, relativamente, geral de que predomina um pensamento obsessivo, compulsivo na arquitetura das formas repetitivas, se interroga a alternativa paradoxal de que poderia também ocorrer algo que desencadearia uma resposta no cérebro do criminoso quando divagando sem um objetivo cognitivo explícito.

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Um grupo de estudos do Darmuth College nós E.U.A. realizaram pesquisa para constatar se o sistema basal default teria ligação com os pensamentos divagantes. Ora até a literatura policial no campo da ficção já agendou situações em que o "serial killer", neste estado conectaria o passado, presente e futuro, de maneira a preencher o "vazio" do pensamento organizado.

Estamos diante da sutileza que define a contingência que pode auxiliar enquadramento de uma fórmula criminosa, traumático impacto comunitário. Os desenvolvimentos combinados das ciências criminais no Brasil abrem linhas de pesquisas que facilitem no entendimento desta fronteira de subjetividade com mais elementos tudo o que cerca este como os demais crimes contra a vida.

*Flavio Goldberg, advogado e mestre em Direito.

*Tenente-coronel Valmor Racorti, comandante do Batalhão de Operações Especiais de São Paulo.

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