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'Seria bom se uma campanha não fosse norteada pelo dinheiro' diz ministro do Supremo

Marco Aurélio Mello votou pela proibição de doações ocultas de pessoas físicas a políticos; declaração é resposta ao relator da minirreforma eleitoral na Câmara, para quem o STF vive em 'um mundo ideal'

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Por Valmar Hupsell Filho
Atualização:

Ministro Marco Aurélio Mello, que decidiu pela soltura do réu. Foto: Nelson Jr/STF

Um dos ministros do Supremo Tribunal Federal que votaram pela proibição de doações ocultas de pessoas físicas a candidatos a cargos eletivos, o ministro Marco Aurélio Mello disse nesta sexta-feira, 13, ao Estado que "seria bom" se uma campanha não fosse norteada pelo dinheiro. Segundo ele, o sigilo da origem do dinheiro que financia uma campanha eleitoral não está de acordo com o "verdadeiro estado democrático".

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"Seria tão bom se uma campanha não fosse norteada pelo dinheiro porque aí se teria a exposição em si do que interessa que é o perfil do candidato", disse Marco Aurélio. "O ministério se coaduna com o verdadeiro estado democrático de direito, principalmente cogitando-se de escolhas de representantes do povo brasileiro", completou.

A declaração do ministro é uma resposta ao deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), relator da minirreforma eleitoral na Câmara. Após a aprovação unânime do fim do sigilo nas doações de pessoas físicas, o parlamentar tucano disse nesta quinta-feira, 12, que o Supremo vive em "um mundo ideal". "Daqui a pouco o Supremo vai querer que a gente faça a campanha sem dinheiro, mas faz parte da vida. O Supremo vive num mundo ideal", disse Maia na ocasião.

Nesta sexta, Marco Aurélio disse que o princípio que rege a administração pública é o da transparência. "Essa foi a tônica do meu voto, que foi anexado ao do relator. Vinga na administração pública como todo, e na vida da sociedade, a transparência, que é o que conduz a outro predicado que é a eficiência", disse.

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