O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato, deu até as 15h30 para que o Ministério Público Federal se pronuncie sobre a conversão da prisão temporária do marqueteiro João Santana e de sua mulher e sócia, Mônica Moura. Os dois estão presos desde a terça-feira, da semana passada, suspeitos de terem recebido pelo menos US$ 7,5 milhões do esquema de corrupção na Petrobrás.
"A autoridade policial pleiteou a decretação da prisão preventiva de João Cerqueira e Monica Regina", informa Moro, em despacho posterior ao feito pelos delegados Márcio Anselmo e Renata da Silva Rodrigues. "Ciência com urgência ao MPF e à Defesa respectiva, por telefone, para manifestação até as 15:30 acerca do requerido."
A PF pediu que a prisão temporária de João Santana e Mônica Moura, alvos centras da 23ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Acarajé. Há suspeita de destruição de prova e obstrução das investigações. A autoridade analisa ainda pagamentos de valores além dos já admitidos pelo casal, por meio de repasses irregulares, envolvendo a Odebrecht e o operador de propinas Zwi Skornicki.
Os delegados argumentam que a preventiva servirá para impedir que o réu continue praticando crimes, não atrapalhe o andamento do processo e impossibilitar sua fuga do País.
"Querendo, poderá a Defesa esclarecer os lançamentos de pagamentos a 'Feira' localizados na Odebrecht, entre 2014 e 2015, caso de fato sejam pertinentes a seus clientes", afirmou Moro. O termo "Feira", segundo suspeito a força-tarefa da Lava Jato, era usado na Odebrecht, para designar de maneira cifrada o casal de marqueteiros do PT.