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Sérgio Cabral vira réu por quadrilha, corrupção e lavagem

Procuradoria imputa a ex-governador e seu grupo 21 'fatos delituosos'; além do peemedebista, a mulher dele, Adriana Ancelmo també virou ré e foi presa nesta tarde após de entregar para a PF; outros 11 aliados do ex-governador são réus da Operação Calicute, inclusive ex-secretários de Estado

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso , Fausto Macedo , Mateus Coutinho e Mariana Sallowicz
Atualização:

Cabral foi preso pela Lava Jato. Foto: Wilton Junior/Estadão

A Procuradoria da República denunciou o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) por quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro. O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, recebeu a denúncia nesta terça-feira, 6.

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Sérgio Cabral é acusado por 164 atos de lavagem de dinheiro e 49 de corrupção passiva.

São acusados na denúncia, além do ex-governador, 12 aliados seus, inclusive sua mulher Adriana Ancelmo - cuja prisão foi decretada pelo magistrado - e ex-secretários de Estado. Adriana se entregou nesta tarde à PF, que também realizou buscas em sua residência.

Os policiais foram ao apartamento do ex-governador, no Leblon, zona sul do Rio. Além da prisão, cumpriram busca e apreensão de joias, pedras preciosas, objetos de arte e dinheiro em espécie com valor igual ou superior a R$ 30 mil ou US$ 10 mil que não tenha prova de sua origem.

Os homens fortes de Cabral, durante os dois mandatos, ocuparam cadeiras estratégicas do Governo que teriam sido usadas para movimentar o esquema de arrecadação ilícita de recursos sobre grandes obras do Estado contratadas junto a empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato.

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Sérgio Cabral foi preso em 17 de novembro na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato que desvendou esquema milionário de propinas atribuído ao peemedebista. O peemedebista teria chefiado um grupo que girou R$ 224 milhões em corrupção.

A Procuradoria da República constatou que a organização supostamente chefiada por Sérgio Cabral era dividida em quatro núcleos - econômico, administrativo, financeiro operacional e político.

O núcleo político, afirmam os seis procuradores que subscrevem a denúncia, era formado pelo 'líder da organização criminosa, o ex-governador Sérgio Cabral'.

O Ministério Público Federal afirma que esta é a primeira denúncia contra o esquema atribuído a Sérgio Cabral. "É necessário esclarecer que, considerando o tamanho e a complexidade da atuação da organização criminosa comandada pelo ex-governador Sérgio Cabral, no presente momento da investigação, foram produzidas e analisadas provas suficientes ao oferecimento de uma primeira denúncia, englobando, além da imputação de crime de pertinência a organização criminosa, os crimes de corrupção praticados em torno da atuação da Andrade Gutierrez, assim como parcela dos crimes de lavagem dinheiro."

A acusação apontou para seis obras nas quais teria havido 'acerto de propina': expansão do Metrô de Copacabana, reforma do Maracanã para os Jogos Pan-Americanos de 2007, construção do Mergulho de Caxias, urbanização no Complexo de Manguinhos - PAC Favelas, construção do Arco Metropolitano e reforma do Maracanã para a Copa de 2014.

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Segundo a Procuradoria, a contratação das obras do PAC Favelas, do Arco Metropolitano e do Maracanã foi realizada 'mediante a prática de crimes de cartel e fraude à licitação, com acerto prévio dos vencedores, através de determinação ou anuência do governador Sérgio Cabral e dos secretários Wilson Carlos e Hudson Braga'.

OS DENUNCIADOS

Sérgio Cabral, ex-governador do Rio

Wilson Carlos, ex-secretário do Governo

Hudson Braga, ex-secretário de Obras

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Carlos Miranda

Luiz Carlos Bezerra

Wagner Jordão Garcia

Adriana Ancelmo

Pedro Ramos de Miranda

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Paulo Fernando Magalhães Pinto Gonçalves

José Orlando Rabelo

Luiz Paulo Reis

Carlos Jardim Borges

Luiz Alexandre Igayara

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