O dentista Igor Palhano, 30, filho do humorista Mussum, afirma ter sido vítima de racismo na última quarta-feira, 2, no Park Shopping Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Em vídeos divulgados nas redes sociais, ele denunciou ter sido a primeira vez que sofreu esse tipo de crime. Nas imagens, ele contou que alguns funcionários estariam o impedindo de sair do local por motivos de segurança. "Eles estão alegando que a minha moto é roubada". Na sequência dos vídeos, ele afirmou que precisou apresentar os documentos pessoais. Veja:
Segundo Palhano, um colaborador justificou que a saída estava sendo dificultada porque "o estacionamento seria pelo outro lado". Para o dentista, o argumento não tem fundamento e disparou: "Se eu fosse branco já estaria na rua". Ele só foi liberado do shopping após uma hora e meia de conversa com os seguranças, conforme relatado no vídeo.
Durante esse intervalo, ele tentou ir ao SAC do shopping, mas estava fechado. Quando voltou ao local em que a moto estava estacionada, havia quatro seguranças cercando o veículo. Ele confirma ter sido escoltado por seguranças até a saída do local. "E agora eu tenho que ser levado até a portaria depois de falar muito, né?", diz em tom indignado.
Depois do ocorrido, ele prestou boletim de ocorrência denunciando a conduta do shopping. Além disso, ele tornou a queixa pública através da página pessoal no instagram. "Ser preto hoje em dia é isso?" escreveu na legenda do post. Um dos internautas comentou "meu amigo, isso é preconceito!".
Leia na íntegra a nota divulgada nas redes sociais do centro comercial:
COM A PALAVRA, PARK SHOPPING JACAREPAGUÁ
"Em relação ao caso divulgado em rede social sobre um possível ato de discriminação, a administração do shopping esclarece que, ao tentar sair do estabelecimento sem a apresentação do ticket de estacionamento, foi solicitado ao cliente apresentar a documentação. Tal procedimento é comum a qualquer pessoa que queira deixar o estacionamento sem a apresentação do ticket e é prevista na Lei Municipal nº 6.468/ 2019. O shopping reforça ainda que repudia veementemente qualquer tipo de discriminação e que está aberto ao diálogo com o cliente e à disposição das autoridades caso seja necessário qualquer esclarecimento.
Editado: conforme apurado, o cliente utilizou a cancela de carros para acessar o interior do estacionamento destinado apenas a automóveis, não utilizando assim o estacionamento de motos, que é gratuito."