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Sem R$ 1 milhão para fiança, ex-tesoureiro do PT continua na prisão da Lava Jato

Defesa alega que Paulo Ferreira, capturado em 23 de junho, não tem imóveis ou dinheiro para cobrir valor arbitrado pelo juiz Moro no dia 16

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:

Paulo Ferreira. Foto: Clayton de Souza/AE

A defesa do ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira informou nesta quinta-feira, 22, à juíza federal Gabriela Hardt, que substitui o juiz Sérgio Moro em suas férias, que não tem imóveis ou dinheiro para pagar a fiança de R$ 1 milhão estipulada pelo magistrado da Operação Lava Jato. A prisão de Ferreira foi revogada por Moro, há uma semana, mas o ex-tesoureiro permanece atrás das grades porque não fez o recolhimento do valor estipulado.

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O PEDIDO DA DEFESA

Segundo os advogados do ex-tesoureiro, a defesa fez contato 'com toda a família do acusado e todos afirmaram que não existe a menor condição econômica ou financeira do recolhimento de qualquer valor a título de fiança'.

"Não há nada que não seja real na afirmativa e legítima invocação do artigo 350 do Código de Processo Penal para a espécie. Do contrário ficará aprisionado", afirmaram os defensores em petição à juíza Gabriela Hardt.

Desde que Moro estipulou a fiança de R$ 1 milhão, na sexta-feira, 16, os advogados entraram com dois pedidos de reconsideração. A defesa alega que Paulo Ferreira está desempregado e com dívidas.

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Os criminalistas querem que a Justiça alivie a fiança de R$ 1 milhão. A primeira solicitação foi negada por Moro. A segunda, por Gabriela Hardt, que mandou ex-tesoureiro do PT indicar imóvel para o recolhimento. A magistrada exigiu um bem desembaraçado de ônus como caução real.

Nesta quinta, 22, os defensores de Paulo Ferreira afirmaram 'que existem outras medidas do artigo 319 do Código de Processo Penal que pode lançar mão o D. Juízo como impedimento de deixar o País, de mudar de endereço ou viajar sem comunicação prévia; de se desfazer de qualquer bem, entre as mais julgadas próprias'.

Os criminalistas informaram ainda que o bloqueio até R$ R$755.967,00, determinado pela 6.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, na Operação Custo Brasil, encontrou 'tão somente o montante de R$1.960,96'.

"Realizada a busca de patrimônio do requerente, materialmente e via Bacenjud e CNIB - Central Nacional de Indisponibilidade de Bens foi apreendido tão somente seu computador pessoal, não encontrando qualquer valor em banco ou imóveis em seu nome", destacou a defesa.

Ferreira foi interrogado na quarta-feira, 14, por Moro e confessou que o PT - e os outros partidos políticos - trabalha com recursos não contabilizados. O ex-tesoureiro da legenda disse que 'negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é negar o óbvio'.

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