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Selic à 2,25%: o que isto significa?

Por Gustavo Vaz
Atualização:
Gustavo Vaz. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

No dia 17, o Banco Central através do Comitê de Política Monetária (Copom), reduziu mais uma vez a taxa referencial de juros do Brasil, a Selic. O corte de 0,75% levou os juros do país de 3% para 2,25% ao ano. Mas o que exatamente isto significa?

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Primeiramente, precisamos entender que a política monetária do Banco Central do Brasil (BC) possui como foco o controle inflacionário, e desta maneira se a inflação sobe, os juros consequentemente também irão crescer, mas caso ocorra o inverso, o BC é obrigado a ajustar para baixo a taxa Selic.

Com a crise criada pelo novo coronavírus que afeta o mundo inteiro, as pessoas estão evitando sair de suas casas para se protegerem contra a doença. Isto afeta diretamente a dinâmica das empresas e atinge negativamente toda a economia. As companhias estão procurando novas formas de diminuir seus custos e alcançar consumidores, sem que a saúde dos mesmos seja colocada em risco. Entretanto, quando o volume de consumo cai e os números de demissões aumentam é inevitável que o índice de preços ao consumidor - mais conhecido como inflação - diminua e desta forma, o nosso banco central é obrigado a atuar sobre os juros brasileiros.

De certa maneira os juros baixos acabam criando oportunidades. Aqueles que estão inadimplentes ganham a chance de renegociar suas dívidas à um custo mais barato. Empresas de construção civil, que tipicamente operam com um alto grau de alavancagem financeira, agora conseguem se desenvolver de maneira mais eficiente. Já os investidores que buscavam alguma razão para deixar de investir em renda rixa e ir para a Bolsa de Valores, hoje possuem mais um motivo para o fazer.

No momento atual, um investidor que fizer um investimento de 10 mil reais à uma taxa de 2,25% ao ano, terá um rendimento bruto de somente 225 reais. Se considerarmos o fato de que quem comprou ações da empresa Magazine Luiza no início de 2019, teve um retorno de mais ou menos 120% no final deste mesmo ano, é possível concluir que o mercado de Bolsa de Valores oferece uma possibilidade de retornos imensamente maiores do que os de produtos mais seguros de renda fixa, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB) ou a Letra de Crédito Imobiliário (LCI).

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Isto não quer dizer, no entanto, que devemos investir todo o nosso capital em Bolsa de Valores. É necessário entender, primeiramente, que a relação risco x retorno é diretamente proporcional. Isso significa que quanto mais alta for a possibilidade de ganhos, maior será o risco que o investidor correrá. Com isto em mente, é importante que o investidor busque pelo auxílio de um profissional qualificado, pois somente ele poderá avaliar o perfil de risco de cada pessoa e guiá-la na construção de um bom portfólio.

A busca por bons profissionais de investimentos é essencial para uma saúde financeira perene. No passado, estes especialistas somente podiam ser encontrados em bancos, o que não é a realidade de hoje. As corretoras de valores são os melhores exemplos da atualidade, contando com profissionais capacitados e preparados para direcionar o investidor aos caminhos de maior lucro e assertividade.

Em um mundo permeado pela crise do novo coronavírus e onde a Selic se encontra no menor patamar da história do país, nunca foi tão importante saber usar o seu dinheiro corretamente. Ou seja, da mesma maneira que ninguém deveria tentar substituir um bom médico, não é hora de tentar substituir um bom profissional de investimentos.

*Gustavo Vaz, assessor e operador de renda variável na Atrio Investimentos

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