O secretário de Recursos Humanos da prefeitura de Sorocaba, no interior de São Paulo, Rodrigo Onofre, está entre as doze pessoas presas nesta quarta-feira, 12, na Operação Noteiras, que desarticulou um esquema milionário de fraudes tributárias, com o uso de empresas de fachadas e emissão de notas frias. Uma força-tarefa foi montada para desarticular o esquema de sonegação baseado na criação de empresas fantasmas e na transferência de créditos ilícitos de ICMS para o estado de São Paulo. Entre São Paulo e Alagoas, onde o esquema tinha a principal ramificação, as fraudes podem chegar a R$ 435 milhões.
O advogado Rodrigo Onofre foi nomeado pelo prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) para o primeiro escalão no primeiro dia de seu governo, em janeiro deste ano. Em 2017, quando Manga era presidente da Câmara de Sorocaba, Onofre foi escalado para assessorar seu gabinete.
De acordo com a polícia, o secretário é apontado como responsável pela organização jurídica das empresas fraudulentas usadas pela quadrilha. Ele foi preso de manhã e, após ser apresentado na Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Sorocaba, foi levado para depor em São Paulo, onde permaneceu detido.
Em nota, a prefeitura informou que o caso em questão não tem relação com a administração municipal. Segundo o município, o suposto envolvimento do secretário se deve a trabalho prestado anos atrás a uma empresa da iniciativa privada que está sob investigação. A prefeitura informou ainda que aguardará a apuração dos fatos para tomar qualquer medida definitiva.
Em Sorocaba, foi preso também o casal suspeito de sonegar R$ 1 bilhão do fisco paulista, através de sete empresas localizadas à margem da rodovia Raposo Tavares. Já em Pilar do Sul, cidade da região, foi presa uma mulher supostamente ligada ao esquema.
COM A PALAVRA, RODRIGO ONOFRE
A reportagem procurou a defesa de Onofre, mas não teve retorno. O espaço está aberto para manifestação.