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Secretário de Segurança do Maranhão diz a 'canalhas de todos os naipes' que não vai se 'intimidar'

Jefferson Portela reagiu ao depoimento do soldado Fernando Paiva Moraes Júnior, que afirmou ter sido coagido a fazer delação premiada e envolver em irregularidades o deputado estadual Raimundo Cutrim (PC do B)

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Foto do author Fausto Macedo
Por Luiz Vassallo e Fausto Macedo
Atualização:
 Foto: Estadão

*Atualizado às 20h13

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Em forte reação à acusação de que teria coagido investigado a mentir em delação, e em meio à semana da divulgação de documentos que mostram ordens para monitoramento de opositores pela Polícia, o Secretário de Segurança Pública do Maranhão, Jefferson Portella, fez desafios em suas redes sociais. "Aos CANALHAS de todos os naipes: A Polícia do Maranhão não se intimidará".

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Portella foi citado em depoimento do soldado Fernando Paiva Moraes Júnior, preso preventivamente em operação que mira contrabando de armas, bebidas e cigarros na capital São Luís.

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O agente da PM afirmou que foi levado ao Ministério Público Federal, sem seus advogados, onde teria tido um encontro com o secretário. Durante a reunião, ele teria sido coagido a envolver o nome de um parlamentar nas investigações.

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A defesa do soldado ainda moveu queixa-crime contra Portella.

Em sua conta pessoal de Facebook, Portella reagiu. "O Soldado Paiva, preso por integrar a Orcrim, agora se diz coagido a delatar seus comparsas. Será processado por mais um crime".

"A maior ORCRIM dos últimos tempos, treme e trama com medo da prisão de outros integrantes. Serão todos presos", prometeu.

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Portella ainda diz que 'a organização criminosa identificada e com alguns dos seus membros presos, trama contra o Ministério Público Federal e a SSP/MA'.

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Crise.O depoimento do soldado representa mais uma etapa de crise que se instaurou no alto escalão da Segurança Pública do Maranhão nesta semana. Na sexta-feira, 20, conforme publicou o Estado, foram revelados documentos internos da Polícia de Dino que revelam a existência de determinações para que todos os batalhões da PM espionassem opositores políticos no âmbito das eleições de 2018. O governador mandou demitir o coronel Antônio Markus da Silva Lima, chefe do Comando de Policiamento de Área de Barra do Corda foi exonerado e negou envolvimento no caso. O governo também afirma que o documento é 'totalmente ilegal e foi anulado'.

COM A PALAVRA, A SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DO MARANHÃO

A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão repudia o documento ilegal que foi enviado, sem conhecimento do Comando da PM, para identificação de lideranças políticas. O memorando é totalmente ilegal e já foi anulado por circular assinada pelo comandante da Polícia Militar. A organização do policiamento das eleições será feita no momento correto, sob demanda e orientação do Tribunal Regional Eleitoral. Uma sindicância foi aberta para definir os responsáveis pela ilegalidade e terá resultado em 30 dias. De imediato, os responsáveis pelo documento foram exonerados de suas funções.

A SSP enviou uma nova nota na noite deste domingo, 22.

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respeito da acusação feita pelo soldado Fernando Paiva Moraes Junior, preso por contrabando, a Secretaria de Segurança Pública, esclarece que: 1 - A acusação é mais um crime praticado pelo soldado, preso em flagrante por contrabando e já denunciado pelo Ministério Público Federal por participação de organização criminosa. 2 - Diferentemente do que diz o soldado, o secretário Jefferson Portela nunca participou das conversas sobre possível delação premiada, que se deram em acordo firmado na sede do Ministério Público Federal. 3 - O próprio MPF, desmentindo as inverdades ditas pelo acusado em juízo, veio a público esclarecer que participaram da reunião - que se estendeu por mais de oito horas - quatro procuradores federais, um defensor público da união e um delegado da Polícia Federal. 4 - O Ministério Público também afirmou que foi decisão do próprio soldado Fernando Paiva Moraes Junior desconstituir seus advogados naquela tarde e requerer o apoio da Defensoria Pública. 5 - Corroborando a afirmação do procurador Juraci Guimarães, as acusações mentirosas e sem qualquer razoabilidade feitas pelo policial militar e seu advogado visam tão somente conturbar as investigações.

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