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Se decisão do Tribunal da Lava Jato for unânime, Lula pode ser preso imediatamente

Ex-presidente terá seu embargo de declaração julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) na segunda-feira, 26, às 13h30

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Por Julia Affonso e Ricardo Brandt
Atualização:

Lula. Foto: AFP PHOTO / MAURO PIMENTEL

Se perder seu recurso no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), de forma unânime, o ex-presidente Lula poderá ser preso para execução da pena de 12 anos e um mês de prisão, no caso triplex, a partir da tarde de segunda-feira, 26. A Corte de apelação da Operação Lava Jato marcou para as 13h30 da segunda o julgamento do embargo de declaração do petista.

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Segundo o Tribunal da Lava Jato, se a decisão sobre o recurso for unânime e mantiver o acórdão da apelação, o extrato de ata já pode servir para que o juiz de primeiro grau execute a pena provisoriamente. Cabe ao magistrado do 1.º grau expedir mandados. O extrato sai no mesmo dia ou no subsequente, dependendo do horário de término da sessão de julgamento.

+ STF discute se prisão após 2ª instância volta à pauta

Se houver modificação na decisão, provimento parcial dos embargos, por exemplo, o juiz de primeiro grau pode esperar a publicação dos votos e acórdão para saber o que mudou. Nestes casos, o extrato de ata aponta somente "parcialmente provido embargos", não especificando o que mudou.

Em passagem pelo Rio Grande do Sul, Lula disse nesta quarta-feira, 21, que não está com medo de ser preso.

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"Não tenho [medo de ser preso]", disse Lula, em entrevista à rádio Imembuí, de Santa Maria (RS), durante a manhã. "Acho que as pessoas que me condenaram estão mais intranquilas do que eu, eu tenho a tranquilidade de um inocente e eles não têm essa tranquilidade e sabem que fizeram uma barbárie jurídica", afirmou. O petista voltou a dizer que, se for preso, será o "primeiro preso político do século XXI no Brasil".

Desde 2016, o Supremo Tribunal Federal faz prevalecer jurisprudência no sentido de que condenados em 2.ª instância podem ter a pena executada.

A sessão que vai analisar o embargo de Lula não terá transmissão nem de áudio e nem de vídeo.

O recurso é decisivo para Lula, cada vez mais perto da prisão da Operação Lava Jato. Condenado a 12 anos e um mês de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso triplex, o ex-presidente tenta na Corte sua cartada mais importante.

Os advogados do petista entregaram o embargo de declaração no dia 20 de fevereiro. Por meio do recurso, sua defesa questiona 'obscuridades e omissões' no acórdão do TRF-4 que impôs ao ex-presidente a pena de prisão em 24 de janeiro.

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Cabe ao relator da Lava Jato na Corte, desembargador João Pedro Gebran Neto, elaborar um relatório e seu voto sobre o embargo. Este recurso não tem revisor.

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Na primeira instância, o ex-presidente havia sido condenado pelo juiz Sérgio Moro a 9 anos e 6 meses de prisão.

Após a publicação do acórdão do embargo de declaração, a defesa pode, em até 12 dias, entrar com outro embargo de declaração relativo ao recurso anterior. Este novo embargo também é analisado pelos desembargadores.

A defesa de Lula tem direito ainda a entrar com Recurso Especial perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e com Recurso Extraordinário no Supremo Tribunal Federal. Esses recursos devem ser apresentados simultaneamente e não têm efeito suspensivo. Os advogados podem, no entanto, pedir a suspensão do envio do cumprimento da medida para Curitiba enquanto as Cortes em Brasília não julgarem os pedidos.

Além de Gebran Neto, fazem parte da 8.ª Turma os desembargadores Leandro Paulsen, revisor da Lava Jato na Corte, e Victor Laus. Se algum desembargador estiver em férias, a Turma continua trabalhando normalmente com juízes convocados.

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