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Schahin diz que 'não prejudicou' Petrobrás ao pagar propina de R$ 2,5 mi

Empreiteiro que virou delator na Operação Lava Jato afirmou ao juiz Sérgio Moro nesta segunda-feira, 17, que 'fez um trabalho de que se orgulha, que foi executado'

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Foto do author Luiz Vassallo
Por Fausto Macedo e Luiz Vassallo
Atualização:
Milton Schahin. Foto: Reprodução

O empresário Milton Schahin disse nesta segunda-feira, 17, ao juiz federal Sérgio Moro, que pagou R$ 2,5 milhões em propinas aos executivos da Petrobrás Nestor Cerveró e Eduardo Musa, e ao operador do PMDB, Fernando Baiano sobre contrato da empreiteira que dirige com a Petrobrás para exploração do navio-sonda Vitória 10.000. Indagado pelo juiz da Lava Jato se considerava certo pagar vantagens ilícitas, Schahin disse que acha que sim. Em sua avaliação, a Petrobrás não sofreu prejuízos porque 'o serviço foi feito e bem feito'. Ele disse que 'se orgulha do serviço que realizou'.

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"Não dei nenhum prejuízo pra Petrobrás, continuei fazendo meu trabalho com boa performance - isso atestado pela própria fiscalização da Petrobrás. Estou fazendo esse trabalho de forma correta e recentemente eu tenho informação de que a própria Petrobrás reconhece que não houve superfaturamento neste contrato. É um dado importante de dizer. É uma questão íntima de foro meu", afirmou o executivo.

Questionado por Moro se ele pagar propinas para os agentes 'não era justificado', ele rebateu: "Como eu lhe disse, eu sinto que não prejudiquei a Petrobrás. Fiz um trabalho que me orgulho e esse trabalho está executado".

OUÇA A JUSTIFICATIVA DE SCHAHIN PARA PAGAR PROPINAS:

O empreiteiro é delator. Ele fechou acordo de colaboração premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba, base da Lava Jato. Ele depôs nos autos do processo relativo à 38.ª fase da operação, que pegou os lobistas Jorge e Bruno Luz, pai e filho, apontados como operadores de propinas do PMDB.

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Schahin disse a Moro que 'foi chantageado' a pagar propina. Se não pagasse, não conseguiria fechar contrato com a estatal petrolífera. Ele admitiu que os pagamentos foram dissimulados por meio de duas offshores e uma empresa indicada por Jorge e Bruno Luz, apontados como operadores do PMDB.

Os investigadores atribuem a Jorge e a Bruno Luz o papel de operadores de propinas do PMDB. Eles teriam distribuído US$ 40 milhões a políticos da sigla, principalmente em contas sediadas no exterior.

A ÍNTEGRA DO DEPOIMENTO:

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