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Saneago recebeu R$ 1 bi do PAC do Saneamento, aponta Lava Jato do Cerrado

Investigadores afirmam que empresa de saneamento de Goiás está ‘aparelhada por uma organização criminosa’

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:
 Foto: Estadão

A empresa de saneamento de Goiás (Saneago), que tem seu presidente e seus diretores investigados na Operação Decantação, a Lava Jato do Cerrado, recebeu, em 2013, R$ 1 bilhão como parte do programa 'PAC Saneamento'. O repasse foi feito pelo Governo Federal. A 'expressividade dos valores do orçamento da Saneago' chamou a atenção dos investigadores da operação.

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"A Saneago encontra-se aparelhada por uma organização criminosa ramificada no interior do seu alto escalão. A presença de seus membros na presidência, diretorias, superintendências e órgãos é que tem tornando possível a execução de suas atividades e o pleno alcance de seus objetivos criminosos consistente no abatimento ilícito de recursos públicos", sustenta a Lava Jato do Cerrado.

Polícia Federal e Ministério Público Federal investigam um esquema instalado na Saneago semelhante ao descoberto na Operação Lava Jato. Verbas federais, repassadas à estatal, teriam financiado dívidas de campanha da reeleição do governo Marconi Perillo (PSDB), em 2014, e bancado propinas. Os desvios de recursos de dois contratos da Saneago, segundo a PF, chegaram a R$ 4,5 milhões.

Segundo a investigação, um grupo teria se "apossado" da estrutura administrativa da empresa estatal de saneamento, 'de modo que cargos importantes desta, tais como a presidência, diretorias e superintendências, estariam envolvidos com a organização'.

A estatal, segundo a Lava Jato do Cerrado, não alcançou a meta de unidades habitacionais atendidas pela coleta e tratamento de esgoto sanitário no Estado de Goiás. Uma das obras investigadas, apontam os investigadores, tinham previsão de conclusão em 24 meses, conforme Laudo de Análise Técnica de Engenharia, da Caixa em 23 de junho de 2008. Oito anos depois, 25,19% foram realizados.

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"A baixa execução orçamentária, a inexecução, o atraso na realização das obras pode comportar mais de uma leitura sobre os problemas de gestão. No entanto, os elementos de prova colhidos evidenciam a existência também de corrupção, superfaturamento de obras e serviços capazes de comprometer as atividades finalísticas da empresa", aponta a Lava Jato do Cerrado.

A Saneago afastou dirigentes investigados.

COM A PALAVRA, O PSDB

O PSDB defende que todas as denúncias sejam investigadas e aguarda a manifestação da Justiça.

COM A PALAVRA, O GOVERNO MARCONI PERILLO (PSDB)

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A reportagem procurou o Governo de Goiás nesta sexta-feira, 26. O espaço está aberto para manifestação.

Na quarta-feira, 24, o Governo se posicionou desta forma:

"O Governo de Goiás apoia as investigações em curso na Polícia Federal e no Ministério Público Federal e está inteiramente à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.

Os procedimentos licitatórios realizados pelos órgãos, autarquias e empresas da administração estadual são pautados pela legalidade e pela transparência.

O Governo de Goiás acredita na idoneidade dos diretores e superintendentes da Saneago (Saneamento de Goiás S.A.) e tem a plena certeza de que os fatos apresentados serão plenamente esclarecidos".

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*Gabinete de Imprensa da Governadoria"

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