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'Sabemos que isso se destina a salvar Lula', diz procurador da Lava Jato sobre emenda

Para Carlos Fernando dos Santos Lima, dispositivo usa a reforma política como 'pretexto para tentar livrar condenados da prisão'; proposta é do deputado petista Vicente Cândido

Por Ricardo Brandt e Fernanda Yoneya
Atualização:

Carlos Fernando do Santos Lima. Foto: Rodolfo Buhrer/Estadão

O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, criticou a proposta que impede, a partir da eleição de 2018, a prisão de candidatos até oito meses antes da eleição. A mudança, já chamada de "emenda Lula", altera o Artigo 236 do Código Eleitoral, que proíbe a prisão 15 dias antes do pleito.

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"'Emenda Lula'. Agora os deputados querem impedir a prisão de um acusado após a decisão condenatória de um tribunal. Sabemos que isso se destina a salvar Lula, pois ninguém realmente acredita que a sentença do Dr. Sérgio Moro será revertida", escreveu o procurador no Facebook.

O juiz Sérgio Moro impôs ao ex-presidente Lula condenação de 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso triplex.

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A proposta é do deputado Vicente Cândido (PT-SP) e foi incluída em seu relatório na Comissão de Reforma Política. Segundo o autor da "emenda Lula", a medida é um contraponto a investigações.

Para Santos Lima, o dispositivo usa a reforma política como "pretexto" para tentar livrar condenados da prisão.

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"Mas com certeza há muitos outros interessados no próprio Congresso Nacional. Essa é a última invenção dos ilustres deputados. Esta legislatura que se encerra em 2018 será conhecida na história pela atuação bizarra e sem limites quando se trata dos próprios interesses. Temos que impedir que a pretexto da reforma política, estejam tentando livrar condenados da prisão. E depois, em 2018, não reeleger ninguém que tenha participado dessas tentativas", afirmou o procurador da Lava Jato.

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