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Rosenthal diz que 'é correto' entendimento do Supremo que libera compartilhamento de dados da Receita

Criminalista que atua em ações sobre ilícitos tributários analisa decisão do STF e ressalta que 'Ministério Público não pode requisitar diretamente informações que impliquem na quebra do sigilo bancário e fiscal dos investigados'

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Por Fausto Macedo e Pedro Prata
Atualização:

O advogado Sérgio Rosenthal, criminalista especialista em ações sobre ilícitos tributários, avalia que 'é correto o entendimento do Supremo Tribunal Federal no sentido de que é possível o encaminhamento ao Ministério Público de informações da Receita apuradas em decorrência dos controles exercidos cotidianamente'.

Sérgio Rosenthal. Foto: Acervo Pessoal

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Nesta quinta, 28, por 8 a 3, o STF autorizou o compartilhamento de dados do Fisco com promotores e procuradores do Ministério Público.

Sérgio Rosenthal, que atua há mais de três décadas em processos sensíveis abastecidos com dados tributários e de inteligência financeira, faz uma ressalva. "Não obstante, diante do que dispõe nossa legislação, me parece evidente que o Ministério Público não pode requisitar diretamente a tais órgãos informações que impliquem na quebra do sigilo bancário e fiscal dos investigados."

O criminalista considera que 'o Supremo, como era de se esperar, principalmente de um julgamento em sede de repercussão geral, procurou contemplar o interesse público e as garantias individuais, sem comprometer as prerrogativas das autoridades'.

Para o vice-presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), Manoel Murrieta, o Supremo, ao garantir o acesso das informações pelas Promotorias e Procuradorias, 'restabelece a ordem e a transparência necessárias, garantindo a continuidade da eficácia nas investigações para o combate à corrupção e criminalidade grave em geral'.

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"A decisão do STF nos permite promover investigações que combatem a criminalidade no País", avalia Murrieta.

Para ele, 'o acesso a dados é um instrumento fundamental, sem o qual não se inicia qualquer processo investigatório'.

"Nosso principal objetivo é investigar para diminuir a impunidade", afirmou.

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