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Rosa dá 48 horas para governo Bolsonaro informar se está pagando UTI de pacientes com covid-19 em SP e alerta para risco de crime de responsabilidade de Pazuello

Ministra pediu esclarecimentos depois que a gestão João Doria (PSDB) comunicou o Supremo Tribunal Federal que o Ministério da Saúde ainda não habilitou todas as vagas solicitadas pelo Estado

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Por Rayssa Motta
Atualização:

Ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal. Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para que o governo federal esclareça se está cumprindo a ordem de custeio dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes com covid-19 em São Paulo dada por ela no final de fevereiro.

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A decisão foi tomada depois que o governo paulista comunicou ao tribunal que o Ministério da Saúde ainda não habilitou todas as vagas solicitadas pelo Estado. Segundo a Procuradoria de São Paulo, apenas 678 leitos foram autorizados desde que a União foi formalmente obrigada a cobrir os gastos.

No documento, enviado na última quarta-feira, 10, a gestão João Doria (PSDB) afirma estar agindo para evitar colapso da rede pública de Saúde, mas denuncia o que classifica como 'situação de inércia federal'.

"O Estado de São Paulo, na linha do que já foi exposto na peça vestibular e na reiteração da liminar, está enfrentando risco real de colapso em seu sistema de saúde tendo em vista estar arcando com todo o encargo financeiro relativo aos leitos que contavam com financiamento federal e que ainda não voltaram a ter esse custeio, em evidente descompasso com o que foi determinado por Vossa Excelência para cumprimento imediato", diz o ofício.

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Na avaliação da ministra, as informações prestadas pelo governo de São Paulo sugerem 'descumprimento' da liminar expedida por ela.

"As informações produzidas pelo Estado de São Paulo parecem sugerir que o Ministério da Saúde estaria descumprindo a ordem judicial proferida em sede de tutela de urgência na presente ação civil ordinária. Necessário solicitar prévias informações ao Advogado-Geral da União, para que esclareça, no prazo de até 48h, sobre as alegações formuladas pelo Estado de São Paulo, que apontam para uma possível ocorrência de desrespeito à tutela de urgência por mim concedida na presente ação civil ordinária", diz um trecho do despacho.

No documento, a ministra alerta que o descumprimento da ordem judicial pode configurar crime de prevaricação, ato de improbidade administrativa e crime de responsabilidade do ministro Eduardo Pazuello.

Rosa Weber é relatora de um bloco de ações ajuizadas pelos governos estaduais cobrando a ajuda financeira da União. Além do governo paulista, a ministra deu decisões favoráveis aos Estados da Bahia, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Sul, determinando a volta do financiamento dos leitos de UTI pelo Ministério da Saúde. A pasta nega que tenha havido suspensão de pagamentos.

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