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Riva delator diz que presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso usou assessores para receber R$5,1 milhões em 'mensalão'

Ex-presidente da Assembleia Legislativa, hoje réu em ações criminais e por improbidade, aponta que Guilherme Maluf fraudou contratações da Casa e usou funcionários de gabinete enquanto foi deputado, entre 2007 e 2015, como intermediários de pagamentos; ex-deputado nega as acusações

Foto do author Rayssa Motta
Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Fausto Macedo
Por Rayssa Motta , Pepita Ortega e Fausto Macedo
Atualização:

Em novos trechos de sua delação premiada (assista abaixo), o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato GrossoJosé Geraldo Riva, réu em ações criminais e por improbidade, detalha as estratégias supostamente usadas pelo ex-deputado e atual presidente do Tribunal de Contas do Estado, Guilherme Maluf, para receber cerca de R$5,1 milhões em propinas do Executivo entre 2007 e 2015. O 'mensalão' mato-grossense é investigado pelo Ministério Público Federal.

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Segundo o delator, enquanto foi deputado, Guilherme Maluf usou dois assessores parlamentares, Leonardo Sotire Epaminondas e Odenil Rodrigues de Almeida, como intermediários dos pagamentos. Este último teria apurado, diretamente em sua conta pessoal, um depósito de R$ 50 mil feito pelo próprio delator - transferência identificada anteriormente na Operação Ventríloquo.

"Uma questão em relação ao deputado Guilherme é que ele recebia também através do Odenil Rodrigues de Almeida, e, muitas vezes, os valores eram entregues em dinheiro ou em cheque - a maior parte em dinheiro - ao Leonardo Sotire Epaminondas e ao próprio Odenil Rodrigues de Almeida", relatou Riva em delação gravada.

Guilherme Antonio Maluf. Foto: Acervo pessoal

Outra estratégia usada pelo então deputado Guilherme Maluf, segundo afirma o delator, seria fraudar contratações firmadas pela Assembleia Legislativa. Isso porque a propina, a partir da gestão do governador Blairo Maggi (PP/2003-2010), teria passado a ser creditada mediante suplementação orçamentária da Casa. Neste novo modelo, notas fiscais falsas ou superfaturadas eram emitidas por empresas que devolviam parte da receita recebida aos parlamentares.

"Para o recebimento desses valores, o deputado Guilherme atestou falsamente o recebimento de materiais e serviços que não foram prestados, para conferir suporte a esses pagamentos", afirma o delator.

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Segundo Riva, o presidente do Tribunal de Contas recebeu propina mensal durante duas legislaturas, entre 2007 e 2015. Na primeira legislatura recebeu R$ 30 mil por mês e, na segunda, R$ 50 mil, afirma.

Além disso, o ex-deputado também teria recebido pela venda de votos para quatro eleições da Mesa Diretora da Assembleia, em 2007 (R$ 250 mil), 2009 (R$ 300 a 350 mil), 2011 (R$ 400 mil) e 2013 (R$ 800 mil).

 

COM A PALAVRA, GUILHERME MALUFO presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), conselheiro Guilherme Antonio Maluf, nega de forma veemente as acusações fantasiosas feitas pelo delator e réu confesso, que tenta ludibriar a Justiça e a sociedade em troca de redução de pena.

O conselheiro afirmou que em quase duas décadas de carreira política, não participou e nem autorizou que qualquer pessoa usasse seu nome em atividades ilegais.

Maluf reafirma que confia na Justiça e tem a certeza de que o ao final do processo sua inocência ficará comprovada.

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COM A PALAVRA, O EX-GOVERNADOR BLAGIO MAGGI Sobre a repercussão da delação do ex-deputado José Riva, o ex-governador Blairo Maggi afirma que encerrou seus 8 anos de Governo com 92% de aprovação popular, pois, sua gestão pautou-se na eficiência e transparência. Nunca houve compra de apoio político por parte do Executivo, e por isso, Maggi jamais pactuou com quaisquer irregularidades.

A versão apresentada pelo criminoso delator não se sustenta, pois basta comparar os orçamentos anteriores com os executados durante a gestão e concluir que: houve significativa redução dos repasses! São números, documentos e não ilações! Assim, são absurdas as afirmações do delator. Maggi afirma que tomará todas as medidas cabíveis contra acusações infundadas como essa.

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