Ao defender a transferência do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral para uma penitenciária federal de segurança máxima junto ao Supremo, a procuradora-geral, Raquel Dodge afirmou que 'o aparato da segurança pública do Estado do Rio de Janeiro' tem tido dificuldade 'em impedir que o peemedebista obtenha informações externas'.
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'informações externas'O ministro Gilmar Mendes, do STF, decidiu no mês passado atender a um pedido do ex-governador para mantê-lo na unidade prisional de Benfica, suspendendo a transferência de Cabral para o presídio federal de Campo Grande (MS), conforme havia sido determinado pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, do Rio.
"O aparato da segurança pública do Estado do Rio de Janeiro -- que há pouco tempo era chefiado pelo paciente na condição de Governador, e contra o qual ele comprovadamente praticou diversos crimes - tem tido dificuldade em impedir que ele obtenha informações externas e em assegurar que ele seja tratado em igualdade de condições com os demais custodiados na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, Rio de Janeiro. Por isso, a Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro propôs ação civil pública em defesa da probidade administrativa contra o Deputado Federal Marco Antônio Neves Cabral, filho do paciente, conforme petição juntada a este parecer, por haver visitado seu pai em momentos e horários que violaram regras de visitação de familiares presos", anotou Raquel.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu a transferência de Cabral para uma penitenciária federal depois que o ex-governador citou em depoimento que o juiz federal Marcelo Bretas tem familiares que vendem bijuterias. A afirmação ocorreu quando o ex-governador justificava as compras de joias feitas por ele e pela mulher, Adriana Ancelmo, na H. Stern supostamente com dinheiro oriundo de corrupção.
Para o ministro Gilmar Mendes, não há nada "relevante" no fato de Cabral ter citado em depoimento que familiares de Bretas vendem bijuterias, já que a informação seria de conhecimento público. A procuradora-geral da República discordou.