Com a prisão, nesta terça, 3, de Anthony Garotinho e Rosinha, na Operação Secretum Domus - por supostos desvios de R$ 62 milhões em obras do Programa Morar Feliz -, chega a quatro o elenco de ex-governadores do Rio atrás das grades.
Sérgio Cabral, que acumula 233 anos de pena em processos por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e Luiz Fernando Pezão, ambos do MDB, já estão presos na Operação Lava Jato.
O time de ex-mandatários do Rio aprisionados chegou a cinco em março, quando Moreira Franco foi capturado pela Polícia Federal com o ex-presidente Michel Temer, por ordem do juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal Federal. Dias depois, ambos foram soltos por ordem do Superior Tribunal de Justiça.
É a quarta vez que Garotinho é preso. Agora, a 2.ª Vara de Campos dos Goytacazes ordenou a custódia dele e de sua esposa com base na delação de executivos ligados à Odebrecht, que apontaram fraudes na construção de habitações populares nos dois mandatos da ex-governadora como prefeita do município da região Norte fluminense, entre 2009 e 2017.
Durante parte do mandato de Rosinha, entre 2015 e 2016, o marido ocupou a cadeira de secretário.
Sérgio Cabral, que sucedeu a Garotinho no Executivo do Rio, ficou oito anos no poder. Em novembro de 2016 ele foi preso por ordem de Bretas na Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato.
Inicialmente, Cabral negava a prática de ilícitos, mas recentemente mudou sua estratégia de defesa e passou a confessar o recebimento de múltiplas propinas de segmentos diversos. "Meu apego a dinheiro e poder é um vício", declarou ao juiz Bretas, em audiência realizada em fevereiro.
Pezão, ex-vice de Cabral, foi preso em novembro de 2018, por suspeita de propinas de R$ 39 milhões.