A Justiça de Minas Gerais vai interrogar na sexta-feira, 20, os diretores da COMIG (Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais, atualmente Codemig) Renato Caporali Cordeiro e Lauro Wilson de Lima Filho, réus no Mensalão do PSDB. Os processos apuram os crimes de peculato e lavagem de dinheiro durante a campanha de reeleição, em 1998, do ex-governador de Minas (1995-1999) Eduardo Azeredo (PSDB).
Atualmente, o caso envolve nove acusados. Eles negam envolvimento com o Mensalão tucano.
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Na Justiça de Minas, o Mensalão tucano foi desmembrado em três processos. Em um deles, Eduardo Azeredo já foi condenado a 20 anos e 10 meses de prisão em 1ª instância. Em outro é julgado o empresário Clésio Soares de Andrade, candidato a vice de Azeredo na época. Na terceira ação penal são sete os réus.
Os sócios das agências de publicidade DNA e SPM&B Marcos Valério Fernandes de Souza, Ramon Hollerbach Cardoso e Cristiano de Mello Paz terão audiência no dia 1º de julho, às 13h45. Eles negam irregularidades.
Recurso. Em 9 de maio, a defesa do ex-presidente do PSDB e ex-governador de Minas Eduardo Azeredo afirmou na apelação ao Tribunal de Justiça do Estado que a responsabilidade pela captação de recursos de publicidade de estatais mineiras durante sua reeleição em 1998 foi do publicitário Eduardo Guedes.
Guedes foi secretário de comunicação de Azeredo. Entre 2009 a 2014 ele prestou serviços à Executiva Nacional do PSDB e atuou como conselheiro e assessor próximo do atual presidente da sigla, senador Aécio Neves. O publicitário também nega atos ilícitos.
Em 61 páginas, o recurso dos criminalistas Castellar Modesto Guimarães Filho e Castellar Modesto Guimarães Neto pede a absolvição de Azeredo, condenado em dezembro de 2015 pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Azeredo foi o primeiro nome do partido condenado por envolvimento no escândalo.
Marcos Valério, um dos réus, já foi sentenciado a 37 anos de prisão em outro Mensalão, o do PT. O Supremo Tribunal Federal o condenou como operador do esquema petista no governo federal durante o primeiro mandato do ex-presidente Lula.
O Tribunal não tem data para julgar o caso de Azeredo e, caso decida por manter a condenação o tucano pode ter de cumprir o começo da pena na prisão - recente decisão do Supremo Tribunal Federal autoriza execução de pena de prisão quando confirmada por colegiado, ou seja, já no segundo grau judicial.