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'Retrocesso imenso', diz Conselho de Psicologia sobre terapia de reversão sexual

Entidade critica em nota 'necessidade de reafirmar, em pleno século XXI, que a homossexualidade não é doença, distúrbio nem perversão'

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Por Luiz Vassallo
Atualização:

 Foto: Pixabay

A Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia afirmou, nesta quarta-feira, 20, lamentar a decisão do juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho, que impede que o colegiado puna profissionais que ofereçam terapias de reversão de sexualidade.

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O magistrado acolheu parcialmente ação movida pela psicóloga Rozangela Alves Justino, e outros apoiadores da terapia, que pediam que a Resolução 01/1999 do Conselho Federal de Psicologia fosse suspensa.

Segundo a norma, 'os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados'.

"Os psicólogos não exercerão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades."

O juiz afirmou que a norma é constitucional, porém, proibiu que seja interpretada de forma a embasa punições a psicólogos que ofereçam o tratamento. A liminar ainda permite que os psicólogos autores da ação voltem a oferecer a terapia de (re) orientação sexual. "O perigo da demora também se faz presente, uma vez que , não obstante o ato impugnado datar da década de 90, os autores encontram-se impedidos de clinicar ou promover estudos científicos acerca da (re) orientação sexual, o que afeta sobremaneira os eventuais interessados nesse tipo de assistência psicológica".

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De acordo com a Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia, a decisão 'abre um precedente perigoso para o uso de terapias de reversão da sexualidade'.

"Consideramos um retrocesso imenso a necessidade de reafirmar, em pleno século XXI, que a homossexualidade não é doença, distúrbio nem perversão. Ao mesmo tempo, registramos nossa satisfação com a resposta imediata da sociedade brasileira e internacional, especialmente das psicólogas e psicólogos, que têm demostrado com firmeza posicionamento contrário a esse retrocesso absurdo", sustenta o colegiado.

A Comissão ainda diz expressar 'solidariedade à comunidade LGBT e afirmamos que estamos e continuaremos juntos na luta em defesa do respeito aos direitos sociais e civis dessa população'.

"Convidamos os Conselhos Regionais de Psicologia, as psicólogas e psicólogos brasileiros e a sociedade civil como um todo a se somarem às manifestações previstas para os próximos dias em defesa da manutenção integral da Resolução CFP 01/99. A Psicologia brasileira não será instrumento de promoção do sofrimento, do preconceito, da intolerância e da exclusão", conclama.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DO CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA

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A Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP) lamenta a decisão do juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho, na última sexta-feira (15/9), que interfere na interpretação da Resolução CFP 01/1999 e abre um precedente perigoso para o uso de terapias de reversão da sexualidade.

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Consideramos um retrocesso imenso a necessidade de reafirmar, em pleno século XXI, que a homossexualidade não é doença, distúrbio nem perversão. Ao mesmo tempo, registramos nossa satisfação com a resposta imediata da sociedade brasileira e internacional, especialmente das psicólogas e psicólogos, que têm demostrado com firmeza posicionamento contrário a esse retrocesso absurdo.

Expressamos também nossa solidariedade à comunidade LGBT e afirmamos que estamos e continuaremos juntos na luta em defesa do respeito aos direitos sociais e civis dessa população.

Convidamos os Conselhos Regionais de Psicologia, as psicólogas e psicólogos brasileiros e a sociedade civil como um todo a se somarem às manifestações previstas para os próximos dias em defesa da manutenção integral da Resolução CFP 01/99.

A Psicologia brasileira não será instrumento de promoção do sofrimento, do preconceito, da intolerância e da exclusão.

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Comissão de Direitos Humanos Conselho Federal de Psicologia

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