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Renato Duque desiste de habeas corpus

Medida é indicativo mais preciso de que ex-diretor da Petrobrás está próximo da delação premiada

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Por Redação
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Renato Duque. Foto: Fábio Motta/Estadão

Por Julia Affonso, Fausto Macedo e Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba

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A defesa do ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque, preso desde março na Operação Lava Jato, abriu mão de um pedido de habeas corpus feito em 1º de junho deste ano. Este é o indicativo mais preciso de que Duque está próximo da delação premiada. Por volta de 12h30 de quarta-feira, 5, houve a baixa definitiva do habeas corpus, em ação que o executivo responde por corrupção com outros 24 investigados, entre eles o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

A desistência do pedido de habeas corpus é uma das imposições ao investigado que negocia acordo de colaboração. Outra é a confissão. Ele deve, ainda, apontar em seus relatos nomes, provas e a estrutura hierarquica da organização criminosa - no caso, a que se instalou na Petrobrás e em outras estatais para fraudes em licitações e propinas.

COMO FUNCIONA A DELAÇÃO PREMIADA?

Em agosto do ano passado, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa deu baixa no pedido de habeas corpus antes de acertar a colaboração. Primeiro delator da Lava Jato, Costa apontou os nomes de deputados, senadores e governadores que teriam sido beneficiários de propinas do cartel de empreiteiras que se instalou na Petrobrás entre 2004 e 2014.

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'Não é impossível', diz defesa de Duque sobre delação

Segundo a força-tarefa da Lava Jato, o esquema se espalhou por unidades estratégicas da estatal, inclusive a Diretoria de Serviços, comandada por Renato Duque. O ex-diretor de Serviços foi preso no dia 16 de março na Operação 'Que País é esse?' - expressão que Duque usou ao celular, na manhã de 14 de novembro, em conversa com um de seus advogados, quando foi capturado pela primeira vez pela Polícia Federal.

OUÇA TRECHO EM QUE RENATO DUQUE É INFORMADO QUE ESTÁ PRESO E RECLAMA COM ADVOGADO

Na manhã desta quarta-feira, 5, Duque se reuniu pela primeira vez com a força-tarefa da Lava Jato do Paraná e de Brasília, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, base das investigações da Lava Jato. A presença de procuradores que integram o núcleo da Procuradoria-Geral da República que investiga parlamentares na Lava Jato indica que o ex-diretor da Petrobrás poderá citar políticos com foro privilegiado em sua delação.

Renato Duque e sua defesa estão aguardando a avaliação do Ministério Público Federal para saber se há interesse no acordo de colaboração. O ex-diretor é apontado como elo do PT no esquema de pagamento de propinas na estatal petrolífera. Ele teria sido indicado ao cargo pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (Governo Lula), preso na segunda-feira, 3, na operação Pixuleco, 17º capítulo da Lava Jato.

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Na terça-feira, 4, o delegado Igor Romário de Paula afirmou que as declarações de Renato Duque podem ter o mesmo impacto da delação de um outro ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa (Abastecimento) - capturado em março de 2014. Costa tornou-se o primeiro delator da Lava Jato e apontou os nomes de deputados, senadores e governadores que teriam sido beneficiários de propinas do cartel de empreiteiras que se instalou na Petrobrás entre 2004 e 2014.

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