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Relatora da CPMI das Fake News diz que pediu provas ao Supremo e que novos elementos vão ajudar a desmontar 'rede de ódios, inverdades e impunidade'

Deputada Lídice da Mata considera que a ofensiva da PF que vasculhou endereços de aliados de Bolsonaro nesta manhã converge e comprova a linha de investigação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News no Congresso Nacional

Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
Atualização:

Deputada federal Lidice da Mata (PSB-BA) durante reuniao deliberativa da CPMI das Fake News em setembro de 2019 Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

A deputada Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, indicou que já solicitou ao Supremo Tribunal Federal as provas e informações colhidas durante operação da Polícia Federal que cumpriu na manhã desta quarta, 27, mandados de busca e apreensão em endereços ligados a empresários, políticos e blogueiros aliados do presidente Jair Bolsonaro. "Teremos agora importantes novos elementos que nos ajudarão a desmontar essa rede de ódio, inverdades e impunidade que vem ameaçando o própria existência da democracia e dominando a política nacional desde as eleições presidenciais de 2018", afirmou a parlamentar em nota.

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Segundo Lídice, a ofensiva da PF que vasculhou endereços de aliados de Bolsonaro nesta manhã - entre eles o do presidente nacional do PTB Roberto Jefferson, do empresário Luciano Hang e do blogueiro Alllan dos Santos, do site Terça Livre - converge e comprova a linha de investigação da CPMI das Fake News no Congresso Nacional.

"As ações promovidas pela Operação da PF, reafirmam o que já era conhecido pelos membros da CPMI através de depoimentos e documentos recebidos pela Comissão: uma rede financiada por alguns empresários e com recursos públicos - integrada por vários políticos e agentes públicos - para disseminação de informações falsas no Brasil com o objetivo de manchar biografias, espalhar o caos e o medo e influenciar pleitos eleitorais", afirmou a deputada.

Na decisão que autorizou as buscas contra aliados de Bolsonaro, Alexandre apontou indícios de que um grupo de empresários atua de maneira velada financiando recursos para a disseminação de fake news e conteúdo de ódio contra integrantes do STF e outras instituições. O ministro também definiu como "associação criminosa" o grupo conhecido como "gabinete do ódio", como é chamado um núcleo de assessores que tem forte influência sobre o presidente Jair Bolsonaro e suas redes sociais.

Entre os empresários que estariam financiando o grupo criminoso estão o dono da rede de lojas de departamento Havan, Luciano Hang; o dono da Smart Fit, Edgard Gomes Corona; Otavio Fakhoury, financiador do site Crítica Nacional; o humorista Reynaldo Bianchi Júnior; o coordenador do Bloco Movimento Brasil Winston Rodrigues Lima.

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Na avaliação de Alexandre de Moraes, as provas colhidas na investigação apontam "sérios indícios" de prática de crimes de calúnia, difamação, injúria, associação criminosa e contra a segurança nacional. Além dos empresários, políticos, blogueiros e ativistas bolsonaristas que foram alvos de buscas, estão entre os investigados oito deputados ( seis federais e dois estaduais) que foram intimados a depor no âmbito do inquérito.

"Essas tratativas ocorreriam em grupos fechados no aplicativo de mensagens Whatsapp, permitido somente a seus integrantes. O acesso a essas informações é de vital importância para as investigações, notadamente para identificar, de maneira precisa, qual o alcance da atuação desses empresários nessa intrincada estrutura de disseminação de notícias fraudulentas", apontou Alexandre de Moraes.

A decisão do ministro também destaca os depoimentos prestados pelos deputados federais Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP), que contaram detalhes sobre o funcionamento do "Gabinete do Ódio".

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