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Relator da reforma administrativa recua e decide excluir 'superpoderes' para chefe da PF

Após forte reação de delegados federais, deputado tal.... (DEM-BA) admite equívoco em substitutivo que confere for o privilegiado ao diretor-geral da Polícia Federal e atribuições para escolher diretamente quem vai presidir inquéritos, inclusive investigações sensíveis de interesse do governo

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Por Pepita Ortega
Atualização:

Sede da PF em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após delegados da Polícia Federal externarem preocupação com o substitutivo da reforma administrativa apresentado nesta terça-feira, 31, o relator da proposta, deputado Arthur Oliveira Maia (DEM-BA), afirmou que vai apresentar um novo texto, excluindo trecho que previa que o diretor-geral da corporação teria a atribuição de designar os delegados para presidir inquéritos.

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O parlamentar apontou que o trecho estava errado e afirmou que ele próprio estranhou quando leu a indicação no documento. Segundo Maia, o trecho foi 'um erro de comunicação'.

Delegados ouvidos pelo Estadão haviam apontado que a proposta apresentada por Maia 'fragiliza policiais que estão na direção de inquéritos sensíveis e de interesse do Palácio do Planalto.

A preocupação está relacionada a trecho do substitutivo que prevê que 'os inquéritos policiais serão conduzidos por delegados integrantes da carreira nele referida, designados pelo diretor-geral'.

Na avaliação da delegada Tania Prado, presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal e do sindicato paulista da classe, o texto prevê que a atuação do delegado da PF passe a ser uma 'função que pode ser retirada', o que viola os princípios da impessoalidade e da probidade da administração pública.

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Na mesma linha, o delegado Edvandir Paiva, da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal avalia que a proposta de mudança no artigo 144 da Constituição- que dispõe sobre o trabalho da Polícia Federal, parece deixar o diretor-geral da corporação como alguém que vai escolher quem conduz a investigação. "Isso não é algo republicano, não funciona em nenhum órgão ", afirmou.

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