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Operação Reis do Gado mira em Marcelo Miranda, governador do Tocantins

Peemedebista é alvo de mandados de condução coercitiva e de busca e apreensão; segundo nota da Federal, a investigação apontou um esquema de fraudes em contratos de licitações públicas com empresas de familiares e pessoas de confiança do chefe do executivo estadual, que teria gerado prejuízo de R$ 200 milhões aos cofres públicos

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Foto do author Fausto Macedo
Por Julia Affonso e Fausto Macedo
Atualização:

Marcelo Miranda. Foto: Elizeu Oliveira/Governo do Tocantins

A Polícia Federal deflagrou, nesta segunda-feira, 28, a Operação Reis do Gado, contra um esquema que teria atuado no Estado do Tocantins praticando crimes contra a administração pública e promovendo a lavagem de capitais por meio da dissimulação e ocultação dos lucros ilícitos no patrimônio de membros da família do governador do Estado. O governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), é alvo de condução coercitiva - quando o investigado é levado para depor e liberado, e de busca e apreensão.

O ex-governador Siqueira Campos (PSDB) também foi alvo de um mandado de condução coercitiva.

Também foi decretada a prisão temporária do secretário de Infraestrutura do Estado, Sérgio Leão.

 Foto: PF

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 Foto: PF

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Participam da operação cerca de 280 policiais federais. Ao todo estão sendo cumpridos 108 mandados judiciais expedidos pelo Superio Tribunal de Justiça sendo, 8 mandados de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão nas cidades de Palmas e Araguaína no Tocantins, Goiânia/GO, Brasília/DF, Caraguatatuba/SP Canãa dos Carajás, Redenção, Santa Maria, São Felix do Xingu e Sapucaia/PA.

Segundo nota da Federal, a investigação apontou um esquema de fraudes em contratos de licitações públicas com empresas de familiares e pessoas de confiança do chefe do executivo estadual, que teria gerado enorme prejuízo aos cofres públicos. As autoridades identificaram, até o momento, um montante de mais de R$ 200 milhões efetivamente lavados.

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A ocultação do dinheiro desviado ilicitamente era feita por meio de transações imobiliárias fraudulentas, contratos de gaveta e manobras fiscais ilegais dentre os quais a compra de fazendas e de grandes quantidades de gado. Parte do valor teve por destino a formação de caixa dois para campanhas realizadas no Estado.

"Chamou atenção dos policiais o volume de algumas transações financeiras do grupo que, pela sua desproporcionalidade, denotam claramente a intenção de dissimular as vultosas movimentações ilícitas do grupo", diz a nota da PF.

Em um dos casos foi identificada um contrato de compra de gado cujo volume, segundo a perícia realizada, não caberia sequer dentro da propriedade onde pretensamente deveriam se encontrar o rebanho. Essa técnica foi apelidada pelos investigadores como "Gados de Papel".

Em outro caso, um contrato de prestação de serviços entre o governo e uma empresa de transportes aéreos alcançou valores tão exorbitantes que, sendo dimensionadas em horas de voo, obrigariam os aviões a serem abastecidos no ar para que se pudesse suprir o valor integral do contrato.

Os investigados responderão pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva, fraudes à licitação e organização criminosa.

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O nome da operação "Reis do gado" foi dado em razão dos principais investigados serem grandes pecuaristas no Estado do Pará e o gado era a destinação de grande parte do dinheiro desviado, onde se operava verdadeira lavagem de dinheiro.

 

COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE IMPRENSA DO GOVERNO DO TOCANTINS

Sobre a operação da Polícia Federal, a Secretaria de Estado da Comunicação adianta que:

? O governador Marcelo Miranda se apresentou espontaneamente à Justiça Federal para prestar esclarecimentos a respeito das investigações;

? O governador facilitou o livre acesso às dependências da sua residência e do Palácio Araguaia, a fim de contribuir com a ação;

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? Até o momento, tanto a Procuradoria Geral do Estado, quanto o Escritório de Advocacia, que representa Marcelo Miranda, não tiveram acesso à decisão da Justiça.

COM A PALAVRA, A ASSESSORIA DE IMPRENSA DO EX-GOVERNADOR SIQUEIRA CAMPOS

O ex-governador Siqueira Campos prestou depoimento na manhã desta segunda-feira, 28, na sede da Polícia Federal, em Palmas, na condição de testemunha. O ex-governador Siqueira Campos não é investigado na operação Reis do Gado e reitera prosseguir à disposição da Justiça e da Polícia Federal para prestar qualquer esclarecimento sempre que for solicitado.

Assessoria de Imprensa

MANDADOS

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Brasília - 1 mandado de busca e apreensão

Canaã dos Carajás - 2 mandados de busca e apreensão

Caraguatatuba/SP - 1 mandado de busca e apreensão - 1 mandado de prisão temporária

Redenção/PA - 4 mandados de busca e apreensão - 3 mandados de condução coercitiva

Santa Maria/PA - 1 mandado de busca e apreensão

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São Felix do Xingu/PA - 6 mandados de busca e apreensão, 2 mandados de condução coercitiva

São Paulo - 1 mandado de busca e apreensão

Sapucaia/PA - 2 mandados de busca e apreensão

Araguaína/TO - 1 mandado de prisão temporária, 10 mandados de busca e apreensão e 2 mandados de condução coercitiva

Palmas - 4 mandados de prisão temporária, 22 mandados de busca e apreensão, 9 mandados de condução coercitiva

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Goiânia/GO - 3 mandados de prisão temporária, 27 mandados de busca e apreensão, 7 mandados de condução coercitiva

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