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Reflexões sobre autodesenvolvimento na pandemia

Por Daniele Farfus
Atualização:
Daniele Farfus. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Uma nova realidade nos foi imposta, sem que nos perguntassem se queríamos e sem pedir licença. De repente, tudo mudou e nos vimos diante de um novo cenário, totalmente adverso ao nosso cotidiano. Com uma velocidade ímpar tivemos que nos adequar às novas condições, sobretudo as de trabalho, em uma correlação com a vida pessoal. Tudo junto e misturado: esse foi o desafio colocado para muitos, especialmente nas relações interpessoais.

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Nesse cenário, as instituições continuaram com os seus planejamentos estratégicos e indicadores de resultados a serem cumpridos. Em meio a isso, nós, os humanos, vimo-nos tentando fazer o possível e algumas vezes o impossível para atingir os combinados que foram realizados antes da pandemia decorrente da Covid-19.

Perdemos a conexão presencial com os pares, colegas de trabalho, clientes, líderes, enfim, pessoas com as quais interagíamos constantemente de forma presencial e passamos a nos comunicar remotamente com todos, um aspecto muito importante ainda mais se considerarmos nosso contexto cultural brasileiro.  O tempo foi passando e percebemos a necessidade de desenvolver algumas competências para atuar nesse palco. Fomos nos adaptando ao uso das novas tecnologias e ferramentas e reuniões online tornaram-se rotinas, por exemplo.

Houve a necessidade de nos adaptarmos em relação a competências não só técnicas, mas relacionais. Por conta disso, muito se ouviu sobre inteligência emocional no ano de 2020, uma inteligência tão necessária quanto as competências técnicas para o desempenho das nossas funções. O termo cunhado por Daniel Goleman em 1995, apresentou a inteligência emocional como algo muito maior do que saber lidar com nossas emoções ou as emoções alheias, pois envolve a capacidade de controle e monitoramento das emoções, compreensão das emoções do outro, sem rótulos previamente concebidos, e que se apresenta como um dos grandes diferenciais do século 21.

A inteligência emocional é o que usamos quando temos empatia com nossos colegas de trabalho, familiares e amigos. Ela permite a conexão com o outro e nos leva a uma vida mais autêntica e saudável. É também essa inteligência que leva ao gerenciamento com maior efetividade do estresse do cotidiano, contribuindo positivamente para a resolução de problemas, desenvolvimento de processos de cooperação e atuação em gestão de conflitos de forma a perpetuar as equipes de trabalho. Ela é composta por cinco componentes principais - autoconhecimento, autocontrole, empatia, motivação e destreza social - e leva as pessoas a um processo de ação/reflexão/ação que permite uma evolução contínua em sua relação com os outros.

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Ainda, associado a essa inteligência emocional, gostaria de acrescentar um termo que está sendo muito utilizado atualmente, que é a vulnerabilidade. Hoje já não é mais descrédito assumir as vulnerabilidades de forma clara e transparente com seus interlocutores. No ano que passou, aprendemos muito mais no coletivo do que no individual, então falar 'eu não sei', 'me ajude' ou 'eu errei', 'me desculpe', demonstrando sua real intenção, pode ser um grande atalho para atingir resultados organizacionais, bem como, o fortalecimento das equipes de trabalho.

Com isso em mente, reflita sobre as suas competências relacionais, sobre o que você aprimorou em 2020, aprofunde suas leituras e se prepare para enfrentar um ano no qual todos nós precisaremos cada vez mais das pessoas que atuam conosco em uma ação colaborativa, para atingirmos os resultados organizacionais e, assim, contribuirmos com nossas instituições e com o fortalecimento de quem nos rodeia - mesmo que isso ocorra, ainda, remotamente.

*Daniele Farfus é professora da área de Gestão de Pessoas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e coordenadora da área In Company da Escola de Negócios da PUCPR

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