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Recesso escolar de carnaval exige atenção redobrada com covid

Por Isabel Quintela , Lana Romani e Vera Vidigal
Atualização:
Lana Romani, Vera Vidigal e Isabel Quintela. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O movimento pela volta às aulas presenciais com segurança nas escolas avança. Vencemos a primeira etapa dessa luta. A reabertura dos portões dos colégios começou com um sistema de rodízio de até 35% dos alunos nos estabelecimentos particulares no dia 1º deste mês no Estado de São Paulo. Depois foi a vez da rede estadual no dia 8. A próxima onda da retomada vai atingir a capital no dia 15 com a abertura da rede municipal. A temida greve anunciada pelos sindicatos teve baixíssima adesão. Mas ainda temos muito chão pela frente para evitar retrocessos.

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A proximidade do carnaval, mesmo sem feriado oficial no Estado de São Paulo, é preocupante, pois muitas escolas e empresas resolveram manter a suspensão das atividades nos dias 15 e 16 de fevereiro. Diante da escassez da oferta de vacina no país, somente a conscientização da sociedade pode barrar a disseminação do coronavírus.

Sem o compromisso escolar dos filhos, muitas famílias podem relaxar e a taxa de transmissão do vírus, que se encontra em queda na capital, pode voltar a subir. Não podemos nos descuidar diante da possibilidade de um novo surto do coronavírus, sobretudo em um momento tão importante em que as escolas abriram suas portas para receber nossas crianças e adolescentes.

Não se trata mais de apenas de pressionar as autoridades para que os governantes e a comunidade escolar cumpram à risca os protocolos sanitários nas escolas, como uso de máscara, cuidados básicos de higiene, controle de temperatura e distanciamento social.

Temos a plena convicção de que é responsabilidade de todos fazer com que o retorno das atividades escolares tenha êxito. Vivemos uma situação única na história mundial e todos estamos aprendendo a lidar com ela. Infelizmente somos uma sociedade pouco acostumada a assumir a nossa parcela de comprometimento.

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É fundamental que as famílias adotem hábitos e comportamentos adequados também fora da escola. O bom senso precisa prevalecer às vésperas do carnaval. É nossa responsabilidade, como pais e cidadãos, dar o exemplo às crianças e jovens.

A cidade de São Paulo encontra-se na fase amarela do Plano São Paulo. O não agravamento da pandemia permitirá uma volta às aulas cada vez mais tranquila e segura. Experiências dentro e fora do Brasil comprovam que escolas com protocolos são ambientes seguros para as crianças.

Cerca de 1,7 mil escolas estaduais, distribuídas em 314 municípios, retornaram às atividades presenciais entre setembro e dezembro de 2020, sem que houvesse registro da doença no ambiente escolar.

Em Barcelona, na Espanha, um estudo da Fundação Hospitalar Valld'Hebron mostrou que a transmissão da doença de crianças para seus familiares é de apenas 3,4%. A pesquisa, com 89 das 163 famílias candidatas, foi realizada entre 1º de março e 31 de maio de 2020, durante a primeira etapa do confinamento.

O distanciamento impõe desafios. Os mais novos são obrigados a conviver muito cedo com a falta de relacionamento presencial com colegas e professores. O processo de socialização é interrompido. O cotidiano se desorganiza. E há ainda as questões emocionais, como ansiedade, depressão, desinteresse, além da maior evasão escolar.

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A escola deveria ter sido a última a fechar e a primeira a abrir. Educação é atividade essencial! Levantamento da Unesco demonstra que o Brasil é um dos poucos países no mundo com escolas fechadas por mais de 40 semanas, bem mais do que a média mundial, o que demonstra a baixa importância atribuída à educação no país.

O Brasil ficou na contramão da história, mas está em tempo de acertar a direção.

*Isabel Quintela, Lana Romani e Vera Vidigal, fundadoras do movimento Escolas Abertas

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