Em relatório no qual isentou o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), do crime de corrupção passiva, a delegada Graziela Machado da Costa, da Polícia Federal, afirma que 'foi possível confirmar' a delação do operador Fernando 'Baiano' Soares, 'quanto a interferência' do peemedebista 'para a contratação da empresa Construtora Brasília Guaíba LTDA pela Petrobrás, através do acesso' ao diretor da área de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa. Segundo o documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, no entanto, o crime de 'advocacia administrativa' já está prescrito.
Documento
INTERFERÊNCIARaupp é investigado, neste inquérito, de atuar em favor da construtora Brasília Guaíba na Petrobrás. O relatório da PF foi encaminhado ao relator da Lava Jato no STF, ministro Luiz Edson Fachin, que deve encaminhar o material à PGR.
Em delação premiada, Fernando Baiano falou sobre a interferência de Raupp em 2009 para a contratação da construtora Brasília Guaíba pela Petrobras por meio de acesso ao ex-diretor Paulo Roberto Costa. Em troca, segundo o delator, ele teria contado doações para a campanha eleitoral.
A delegada aponta no relatório que a empresa acabou não sendo contratada pela Petrobras e que não foi identificada nenhuma doação oficial em favor do senador neste caso.
No entanto, afirma que foi possível comprovar que o peemedebista atuou junto à estatal para a contratação da empresa.
"Diante dos elementos de prova colhidos ao longo desta instrução criminal, foi possível confirmar a versão do colaborador Fernando Antônio Falcão Soares quanto à interferência do Senador Valddir Raupp de Matos e do ex-Senador Amir Francisco Lando para contratação da empresa Construtora Brasília Guaíba LTDA pela Petrobrás, através do acesso a Paulo Roberto Costa", sustenta a delegada.
Apesar de considerar 'moral e eticamente questionável o "lobby" praticado por um Senador da República para a contratação de uma empresa por uma estatal, e até mesmo classificável como crime de advocacia administrativa', a delegada ressaltou que o crime está prescrito.
COM A PALAVRA, RAUPP
Procurada pela reportagem, a assessoria do senador Valdir Raupp afirmou que ele 'sempre confia na Justiça e que recebe com respeito o relatório da PF'.