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Raquel pede que Bolsonaro esclareça fala sobre fuzilamento

"Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre", disse o candidato à Presidência da República pelo PSL em evento de campanha

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Por Rafael Moraes Moura e Amanda Pupo/ BRASÍLIA
Atualização:

Raquel Dodge. Foto: ANDRE DUSEK/ESTADÃO

Brasília, 05/09/2018 - Em parecer encaminhado nesta quarta-feira (5) ao Supremo Tribunal Federal (STF), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu que o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, seja notificado, para, "querendo", trazer documentos e esclarecer suas declarações durante evento de campanha na semana passada, quando afirmou: "Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre". O Estado é governado pelo PT desde 1999. A coligação encabeçada pelo PT pediu ao Supremo que Bolsonaro seja investigado pelos crimes de injúria eleitoral, incitação ao crime e ameaça. A Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou parecer a pedido do relator do caso, ministro Ricardo Lewandowski. "Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre. Vamos botar esses picaretas pra correr do Acre. Já que eles gostam tanto da Venezuela, essa turma tem que ir pra lá. Só que lá não tem nem mortadela galera, vão ter que comer é capim mesmo", disse Bolsonaro na ocasião. Para o PT, o caso expõe crime eleitoral "de injúria em detrimento de todos os eleitores que de algum modo são identificados como 'esquerda' política e nos crimes de ameaça e incitação ao crime de homicídio". Em uma manifestação de cinco páginas, Raquel Dodge afastou a possibilidade de Bolsonaro ser investigado por injúria eleitoral, sob a alegação de que não há "referência a pessoas" no uso do termo "petralhada". "Em relação aos demais crimes noticiados na representação, para compreender o contexto e a extensão das declarações, solicito abertura de prazo para que o parlamentar representado esclareça os fatos", solicitou a procuradora, em referência às suspeitas de prática dos crimes de ameaça e de incitação ao crime pelo parlamentar. COM A PALAVRA, BOLSONARO Procurada, a campanha de Bolsonaro não havia se manifestado até a publicação deste texto.

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