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Raquel insiste em denúncia contra Dudu da Fonte na Lava Jato

Procuradora recorreu ao Supremo sob alegação de que gravação de reunião para acertar propina de R$ 10 milhões para o PSDB 'comprova a participação do parlamentar para prejudicar CPI da Petrobrás', em 2010

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Por Redação
Atualização:

Deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE). Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

A Procuradoria-Geral da República enviou ao Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira, 14, recurso contra decisão que rejeitou denúncia contra o deputado federal Dudu da Fonte (PP/PE). Os embargos de declaração foram endereçados ao ministro Dias Tofolli, responsável pelo primeiro voto divergente que levou à rejeição da acusação, em sessão realizada pela Segunda Turma do STF, em dezembro.

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REUNIÃO

As informações foram divulgadas pela Secretaria de Comunicação Social da Procuradoria.

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Dudu da Fonte foi denunciado por corrupção passiva por supostamente ter participado de 'tratativas ilegais para assegurar vantagens indevidas ao então senador Sérgio Guerra (PSDB).

O deputado nega enfaticamente envolvimento no caso.

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Membro da Comissão Parlamentar de Inquérido (CPI) que investigou irregularidades na Petrobrás, Guerra (morto em março de 2014) teria recebido R$ 10 milhões das empresas Queiróz Galvão e Galvão Engenharia para que as investigações não produzissem resultados efetivos.

No recurso, a procuradora-geral Raquel Dodge rebate a alegação da defesa - acatada pelos ministros do Supremo Dias Toffoli e Gilmar Mendes - de que a denúncia se baseou apenas em elementos obtidos por meio de colaboração premiada.

Raquel argumenta que a decisão omitiu a gravação de reunião em que foram acertados os detalhes finais para o pagamento de propina a Guerra, 'com a presença do senador, além de Eduardo da Fonte, o presidente da Queiroz Galvão, Ildefonso Colares Filho, Erton Medeiros, representando a Galvão Engenharia, o diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, e Fernando Soares'.

O registro com a atuação do denunciado seria 'prova essencial para o oferecimento da denúncia contra Eduardo da Fonte', segundo a PGR.

No encontro, segundo Raquel, os investigados discutiram a possibilidade de se produzir um relatório 'genérico' na conclusão da CPI da Petrobrás, 'para não prejudicar os interesses dos envolvidos'.

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Dudu da Fonte, que nega a participação na reunião, seria o intermediador das negociações para o pagamento de R$ 10 milhões em propina a Sérgio Guerra, como contrapartida pelo relatório inconclusivo.

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O recurso da procuradora detalha, ainda, trechos transcritos dos diálogos durante a reunião, que, segundo ela, 'evidenciam a intermediação de Eduardo da Fonte nas negociações do pagamento da propina'.

"O fato de que a solicitação de vantagem indevida verificou-se em termos velados não obsta essa conclusão, visto que o contexto no qual estão inseridos esses trechos da conversa deixa óbvio que a atuação do senador Sérgio Guerra para favorecer as empreiteiras responsáveis pelas obras irregulares, nos termos negociados nessa oportunidade, estava vinculada à contrapartida financeira, ou ao 'suporte aí ao Senador'", esclarece Raquel Dodge no recurso.

COM A PALAVRA, DUDU DA FONTE

"Confio em Deus e no Supremo Tribunal Federal."

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