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'Quem planta rabanete colhe rabanete', compartilha coronel PM sobre militante que ficou cega em ato contra Temer

Henrique Motta, oficial à frente da Polícia Militar nas manifestações contra presidente, ironizou no Facebook Deborah Fabri, de 19 anos, atingida durante manifestações na Avenida Paulista no dia 31 de agosto

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Por Mateus Coutinho
Atualização:

À frente da PM nas manifestações contra o presidente Michel Temer na capital paulista, o tenente-coronel Henrique Motta ironizou a situação da estudante Deborah Fabri, de 19 anos, que perdeu a visão do olho esquerdo ao ser atingida por fragmentos de uma bomba lançada pela Polícia Militar de São Paulo durante o protesto contra Temer na quarta-feira, 31.

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Em seu perfil oficial no Facebook, o oficial compartilhou uma postagem da página de direita "socialista de iphone" com dois tuítes da estudante, um de novembro de 2015 no qual ela defendia "qualquer ato de qualquer destruição em protesto" com "objetivos políticos sólidos"e outro da semana passada no qual ela informa que deixou o hospital.

Na imagem, há uma montagem ironizando a estudante: "Quem planta rabanete, colhe rabanete", confira:

 Foto: Estadão

O ferimento de Deborah Fabri teria sido causado por estilhaços de bombas lançadas por policiais militares durante o protesto. Este é o terceiro caso em três anos em que manifestantes ou profissionais de imprensa ficam cegos de um dos olhos em consequência à ação policial de repressão a protestos de rua na capital paulista.

COM A PALAVRA, A SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO:

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"Procurada por meio da Secretaria de Estado da Segurança Pública, a Polícia Militar afirmou que "respeita a liberdade de expressão e o direito de opinião, desde que não configure crime. Isso vale também para os seus integrantes". Segundo a nota enviada, no caso do tenente-coronel, "não há indícios de que as suas opiniões tenham em algum momento interferido em seu trabalho técnico, que tem se mostrado isento e imparcial".

"O fato de ter e de expressar uma opinião política não implica em ações parciais, tanto é que inúmeros jornalistas, por exemplo, manifestam nas redes sociais posicionamentos políticos, mas não deixam de exercer suas funções nos respectivos veículos de comunicação", afirma a nota.

São Paulo, 06 de setembro de 2016."

 

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