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Quem é Rogério Galloro, novo chefe da PF

Conheça o delegado que vai assumir o posto mais alto da corporação com a demissão de Fernando Segovia, aliado do ex-senador José Sarney (MDB-AP)

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Por Fabio Serapião e Julia Affonso
Atualização:

Rogério Galloro. FOTO: ANDRE DUSEK/ESTADAO  

O delegado de Polícia Federal Rogério Galloro, atual secretário nacional de Justiça, é o novo diretor-geral da corporação. Ele substitui o delegado da PF Fernando Segovia, aliado do ex-senador José Sarney (MDB-AP), demitido nesta terça-feira, 27, após cerca de quatro meses no cargo.

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Galloro ingressou na PF em agosto de 1995. Com mais de 22 anos de carreira, o delegado já ocupou postos estratégicos na instituição. Entre abril de 2011 e junho de 2013 foi adido da PF nos Estados Unidos. Ele também foi superintendente regional em Goiás (outubro 2007/janeiro 2009).

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A demissão de Segovia foi decidida pelo ministro Raul Jungmann, que tomou posse nesta terça-feira, 27, no comando do novo Ministério Extraordinário da Segurança Pública, Pasta que incorporou a Polícia Federal, então atrelada à estrutura do Ministério da Justiça.

Durante os quatro meses em que permaneceu no cargo, Fernando Segovia protagonizou episódios polêmicos. No momento de maior crise, Fernando Segovia teve que se explicar ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, uma declaração à agência Reuters.

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A fala de Segovia sugeria que a tendência da Polícia Federal era recomendar o arquivamento do inquérito contra o presidente Michel Temer, no caso do Decreto dos Portos. O delegado afirmou ainda que poderia abrir investigação interna para apurar a conduta do delegado Cleyber Malta Lopes, responsável pelo inquérito.

O motivo seriam os questionamentos enviados a Temer no caso. Na ocasião, a defesa do presidente disse que as perguntas colocavam em dúvida a "honorabilidade e a dignidade pessoal" do presidente.

Nesta segunda-feira, 26, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ameaçou pedir o afastamento de Fernando Segovia caso o delegado voltasse a se manifestar sobre inquéritos.

Antes de ser demitido, Fernando Segovia recuou e reformulou uma regra interna para solicitação de reforço em grandes operações. No inicio do mês, o chefe da corporação havia criado uma normativa que previa a obrigatoriedade dos superintendentes regionais em registrar o número do inquérito ao solicitar reforço para deflagração de operações. O caso foi revelado pelo site O Antagonista.

O recuo de Segovia foi mais um capítulo do momento de crise na relação entre a cúpula da PF e grupos de delegados. Desde que foi indicado pelo presidente Michel Temer, apadrinhado pelo PMDB, Segovia enfrentou resistência por parte de alguns delegados, em especial, dos que integram o grupo que atua em inquéritos perante o Supremo.

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