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Queiroz aconselhava investigados no caso da rachadinha e funcionária teve 'ponto retroativo' na Alerj, mostram conversas

Esquema teria envolvido, além de Queiroz, outros quatro alvos da operação da manhã desta quinta-feira

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Por Rayssa Motta , Fausto Macedo , Pepita Ortega e Caio Sartori/RIO
Atualização:
 

Alvo de mandado de busca e apreensão nesta manhã, a ex-assessora Luiza Souza Paes buscou, por meio do pai, a ajuda de Fabrício Queiroz, preso no âmbito da mesma investigação, para saber como agir. Os primeiros registros desse movimento se deram em dezembro de 2018, quando o caso foi revelado pelo Estadão, e chegaram a resultar em uma manipulação do ponto dela na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

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"Deixa passar essa semana pra ver. Eu vou passar um áudio aqui pro Queiroz, perguntar pra ele ver lá com aquele advogado lá qual é a melhor atitude pra tomar. Entendeu? Depois eu te falo", disse, em áudio, o pai dela, Fausto Antunes Paes. Depois, a orientou a levar extratos para casa a fim de que ele pudesse "trabalhar" neles antes de falar com Queiroz.

Outros alvos de buscas e apreensões nesta manhã entraram na mira dos investigadores neste contexto. São eles: a assessora Alessandra Esteves Marins; o advogado Luis Gustavo Botto Maia; e o funcionário da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) Matheus Azeredo Coutinho.

Coutinho, que trabalha no Departamento de Pessoal e cujo salário atual é de menos de R$ 1 mil por mês, teria marcado registros de ponto retroativos para Luiza. O intermédio se deu, segundo a investigação, por meio de Botto Maia e de Alessandra Esteves Marins, que era empregada de Flávio na Alerj e hoje trabalha no escritório de apoio dele no Rio.

A intenção, mostram as conversas obtidas pelo MP, era poder dar uma resposta a jornalistas sobre a presença de funcionários acusados de serem 'fantasmas'. Segundo os investigadores, durante o período em que esteve formalmente nomeada, entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2017, Luiza só foi localizada nas cercanias da Alerj, a partir do monitoramento de ligações via celular, em três ocasiões.

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"Oi pai. O Gustavo me ligou agora. Ele falou que foi levantar a situação, né? A Pequena (Alessandra) conversou com ele e esse cara que tá me ligando (Coutinho) ele trabalha lá e parece que os jornalistas começaram a perturbar o juízo aí eles foram levantar o meu ponto e parece que tá faltando alguma informação, eu não sei", escreveu a Fausto, antes de finalizar: "Só que eu não lembro de ter assinado algum ponto, entendeu?"

Luiza foi vizinha de Queiroz quando ele morava em Oswaldo Cruz, na zona norte do Rio. O endereço dela, que fica na mesma rua, foi visitado nesta manhã pelos investigadores.

 

 

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