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'Quantas condenações e prisões vão precisar para que os políticos do Brasil entendam que corrupção é crime?'

Desembargador do TRF3, Fausto Martin de Sanctis em simpósio contra fraudes contra o Tesouro criticou 'volúpia' de parlamentares

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Por Julia Affonso
Atualização:

Fausto de Sanctis. Foto: JB Neto/AE

O desembargador do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3), Fausto Martin de Sanctis, criticou a 'ousadia e volúpia dos nossos políticos em abocanhar o espaço público em seu próprio benefício'. De Sanctis participou do I Simpósio de Combate à Corrupção, em São Paulo, realizado pela Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF).

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"Ouvi há pouco a questão da não punição da política. É claro, a questão não é se está punindo a política. A questão é o seguinte: quantas condenações e talvez prisões vão precisar para os políticos do Brasil entendam que corrupção é crime?"

De Sanctis assinalou que 'quem disse que corrupção é crime foram os próprios políticos'. "O próprio Congresso Nacional estabeleceu isso como um crime", declarou.

O magistrado está desde 2010 no TRF3.

De Sanctis já foi juiz federal na 6.ª Vara Criminal Federal, em São Paulo. Em 2008 e 2009, o magistrado foi responsável por autorizar a deflagração de operações Satiagraha e Castelo de Areia, respectivamente. Ele é um especialista em ações de combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro.

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"Quantos mais fatos desses tristes, que ninguém como pessoa brasileira, nacional, acha bonito, tem orgulho de ver o tamanho e a grandiosidade da ousadia e volúpia dos nossos políticos em abocanhar o espaço público em seu próprio benefício, quantas condenações nós vamos precisar?", questionou o magistrado.

Fausto De Sanctis falou por 40 minutos na palestra 'Organizações criminosas e mecanismos transnacionais de combate à lavagem de dinheiro. Uma perspectiva judicial do caso Panamá Papers'.

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