O ex-diretor da Petrobrás Renato Duque afirmou, em interrogatório, nesta quarta-feira, 10, que o PT tinha uma conta de propinas com a OAS. O depoimento do ex-diretor corrobora com os relatos de executivos da empreiteira. No mesmo relato, ele afirma ter ficado com R$ 1,5 milhão que iria para o PT, em troca de não retardar a construção e o aluguel da Torre de Pituba, sede da Petrobrás em Salvador.
Documento
LEIA O DEPOIMENTOEle é um dos réus em ação penal referente à 56ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Sem Limites, que aponta fraudes e propinas de R$ 67,2 milhões na construção do edifício. Segundo a Procuradoria, os desvios teriam abastecido campanhas petistas. O fundo de Pensão Petros se comprometeu a realizar a obra, e a Petrobrás a alugar o prédio por 30 anos.
Duque afirmou que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto o procurou para tentar inserir a OAS nas obras, e que teria pedido ajuda. "Quando essa discussão não caminhava bem, o Vaccari interferiu e disse para Leo: "Leo, faz o contrato com ele e se for o caso desconta da conta que vocês têm com o PT""
"Pelo que eu entendi eles tinham uma conta corrente, várias obras da OAS no Brasil inteiro, não só a Petrobras, entendi assim, e tinha um montante a ser pago para o partido, então o Vaccari pediu que o Leo fizesse o contrato e descontasse esse dinheiro desse montante à receber", relatou.
Em 2009, Duque diz ter sido avisado por Vaccari que a Petrobras iria alugar um prédio da Petros em Salvador."Para minha surpresa, ele já sabia que isso seria feito e que quem iria construir esse prédio seria a Odebrecht".
COM A PALAVRA, PT
A reportagem entrou em contato com a assessoria. O espaço está aberto para manifestação.
COM A PALAVRA, O ADVOGADO LUIZ FLÁVIO BORGES D'URSO, QUE DEFENDE VACCARI
Nota Pública
"A defesa do Sr. João Vaccari vem se manifestar sobre a citação feita pelo delator Renato Duque, no processo referente à Torre Pituba. Na verdade essa manifestação do Renato Duque não corresponde à verdade, além do que trata-se de palavra de delator, destituída de qualquer prova a corroborá-la. O Sr. Vaccari, enquanto tesoureiro do PT, solicitava doações legais ao partido e todas elas foram realizadas por meio de depósito bancário na conta do partido, com recibo e prestação de contas às autoridades competentes. Essa é a verdade que ficará demonstrada no processo."
Dr. Luiz Flávio Borges D'Urso Advogado Criminalista