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Protesto e interesse coletivo

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Por Flavio F. de Figueiredo
Atualização:
Flavio F. de Figueiredo. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Estamos sendo continuamente bombardeados com notícias estarrecedoras de mortes violentas motivadas, sobretudo, por intolerâncias raciais, religiosas, de todo o tipo. Isto acontece no Brasil e no mundo.

É mesmo necessário protestar, reagir, para que a supressão dessas vidas pelo menos possa motivar melhorias no mundo.

Tudo o que falei até aqui ou é conhecido, ou é lugar comum.

As últimas ocorrências no Brasil geraram movimentos - alguns não pacíficos - de indignação.

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Chamou especialmente minha atenção uma forma de protesto: a pintura de frases em vias públicas.

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Os meios de comunicação designaram - na "manifestação artística" e, em São Paulo, contou com a acompanhamento da Companhia de Engenharia de Tráfego, CET, como noticiou a imprensa.

Passei por duas dessas intervenções, nas avenidas Paulista e 9 de Julho e fiquei estarrecido: além da agressão ao patrimônio da cidade - mais um, dentre tantos, não impedidos pelo poder público - foram visualmente eliminadas, ou camufladas, faixas de travessia para pedestres, que são extremamente importantes nessas avenidas.

Nesta situação, os motoristas não identificam os locais de travessia e os pedestres correm risco de morte.

Quanta irresponsabilidade de órgão técnico do poder público, que deveria zelar pela cidade e pela vida de seus habitantes!

O protesto pela morte de uma pessoa pode gerar morte de outras, porque ninguém tem coragem de impor limites.

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O simples fato de uma manifestação ter motivação legítima não pode torná-la prejudicial a parcelas inocentes da população.

*Flavio F. de Figueiredo, engenheiro civil, consultor. Diretor de Figueiredo & Associados Consultoria. Conselheiro do Ibape/SP - Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo

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