Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Mateus Coutinho e Fausto Macedo
O engenheiro Shinko Nakandakari, o primeiro dos 11 supostos operadores de propina na Diretoria de Serviços da Petrobrás a fazer acordo de delação premiada, confirmou na Justiça Federal nesta quinta feira, 5, que pagou propina 'em dinheiro vivo' ao ex-diretor da estatal Renato Duque.
Pelo menos R$ 1 milhão ele afirma ter entregue em mãos a Duque, em parcelas. Outros R$ 4,4 milhões afirmou ter passado para Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia e braço direito de Duque.
Shinko depôs em audiência do juiz Sérgio Moro, que conduz todas as ações da Operação Lava Jato, em Curitiba.
Há duas semanas, Shinko fez seu primeiro depoimento em regime de delação premiada e revelou ter pago propina "em espécie' para Duque, que foi diretor de Serviços da Petrobrás por indicação do PT.
Duque chegou a ser preso em novembro pela Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato que mirou o braço empresarial do esquema de corrupção na estatal petrolífera. Dias depois, no entanto, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar o ex-diretor.
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No depoimento desta quinta-feira, 5, na Justiça Federal, Shinko confirmou a propina para o indicado do PT.
Duque nega ter recebido propinas. Reiteradamente, o ex-diretor tem declarado que não participou de nenhum esquema de corrupção na Petrobrás.
O advogado RogÉrio Tafarello, que defende Shinko, disse que o seu cliente " foi fiel à realidade dos fatos sobre os quais foi indagado, conforme lhe impõem a lei e o termo de colaboração, da mesma forma como já o fora nos depoimentos prestados ao Ministério Públicos".