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Propina bancou festa da filha de Marcelo Miranda, governador do Tocantins, aponta Reis do Gado

Investigação indica que empreiteiro Rossine Aires Guimarães, proprietário da CRT, pagou R$ 40 mil ao peemedebista em 31 de maio de 2010 em cheque

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Por Julia Affonso , Mateus Coutinho e Ricardo Brandt
Atualização:

Governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB). Foto: Silvio Santos/ALTO

A Operação Reis do Gado aponta que o governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), recebeu propina de R$ 40 mil do empreiteiro Rossine Aires Guimarães, proprietário da CRT (Construtora Rio Tocantins). O dinheiro, aponta a investigação, teria sido transferido em 31 de maio de 2010 e usado para 'custear despesa da festa de aniversário da filha do governador'.

O Ministério Público Federal indica que a quantia foi paga 'mediante cheque emitido pelo empresário e depositado na conta do governador'. "Os ajustes fraudulentos contábeis e fiscais, a funde conferir aparência de legalidade ao negócio, caberiam ao contador Alaor Junqueira", sustentam os investigadores.

 Foto: Estadão

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O peemedebista está em seu terceiro mandato (2003-2009 e desde 2015). Marcelo Miranda foi alvo de mandado de condução coercitiva da Operação Reis do Gado na segunda-feira, 28. O governador foi ouvido na sede da Justiça Federal, em Palmas.

A operação apura um esquema que teria atuado no Estado do Tocantins praticando crimes contra a administração pública e promovendo a lavagem de capitais por meio da dissimulação e ocultação dos lucros ilícitos no patrimônio de membros da família do governador do Estado.

Segundo o delegado regional de combate ao crime organizado, Cleyber Malta, da Polícia Federal, a Operação Reis do Gado identificou R$ 200 milhões em patrimônio financeiro e de bens da família do governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), em nome de terceiros, entre 2005 e 2012. Segundo o delegado, ao final deste período, parte dos valores teria voltado para a família, 'saindo do nome dos laranjas'.

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"Diversos bens da família Miranda teriam sido registrados ou estiveram na posse de terceiros em especial entre 2005 e 2012", afirmou.

"Após a autorização para a abertura de inquérito, várias diligências foram realizadas e de fato nós confirmamos que esses bens, fazendas, diversos imóveis urbanos, gado, estariam registrados em nome de terceiros, laranjas, durante todo este período, chegando a constituir cerca de R$ 200 milhões em patrimônio em nome de terceiros. (Deste total) R$ 60 milhões, aproximadamente, em dinheiro em espécie na conta de terceiros e diversos outros bens. Ao final desse período, parte desses valores teria voltado para a posse da família, saindo do nome de laranjas."

A reportagem não localizou Rossine Aires Guimarães.

O advogado Solano Donato, que defende Marcelo Miranda, afirmou à reportagem. "Nunca ouvi falar a respeito. Certamente não ocorreu."

 

 

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