O Ministério Público do Distrito Federal apresentou ação civil pública contra a ativista bolsonarista Sara Winter, ex-secretária da ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) por uma 'milícia armada' acampada em Brasília, conhecida como '300 do Brasil'.
Em entrevista à BBC Brasil, Winter admitiu que integrantes do acampamento portavam armas de fogo. Os manifestantes estão concentrados no local desde 1º de Maio.
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'MILÍCIA ARMADA'Por conversas de WhatsApp, o objetivo do grupo era 'exterminar a corrupção e a esquerda em nosso país através de ataques estratégicos baseados em ativismo e inteligência'. Os participantes eram chamados de 'militar' que deveriam estar prontos para 'dar a vida pela sua nação'.
De acordo com a Promotoria, não apenas o grupo viola as recomendações sanitárias de saúde em meio à pandemia do novo coronavírus, como o próprio Distrito Federal se omite a fazer uso de forças de segurança pública na proteção dos 'interesses constitucionalmente tutelados e violados' pelo movimento.
"A presença de milícias armadas, conforme noticiado nos veículos de comunicação, na região central da Capital Federal, representa inequívoco dano à ordem e segurança públicas", afirmou o Ministério Público.
Winter ocupou entre abril e outubro de 2019 o cargo de coordenadora-geral de Atenção Integral à Gestante e à Maternidade na gestão Damares Alves, que a indicou para o posto pela sua posição contrária ao aborto. Em 2012, a ativista ficou conhecida por defender pautas feministas.
Os promotores cobram que a Justiça ordene a desmobilização do movimento '300 do Brasil', a busca e apreensão de armas de fogo que estejam sob posse de manifestantes, e proíba a sua retomada, com os mesmos objetivos, em qualquer outra parte do Brasil. O MP pede também decisão para obrigar o governo do Distrito Federal a adotar medidas de prevenção ao coronavírus, como a proibição de aglomeração de pessoas.
COM A PALAVRA, A ATIVISTA SARA WINTERA reportagem busca contato com a defesa da ativista Sara Winter. O espaço está aberto a manifestações (paulo.netto@estadao.com)