Pepita Ortega
06 de novembro de 2020 | 09h22
Foto: Polícia Civil do Paraná
O Ministério Público do Paraná denunciou 15 pessoas investigadas na Operação Necrópole, que identificou um esquema de venda ilegal de túmulos em um cemitério da cidade de Ibiporã, no interior do Estado. A Promotoria de Justiça da cidade imputa aos acusados, entre eles três servidores públicos, crimes de organização criminosa, corrupção passiva, estelionato e subtração/ocultação de cadáver.
As investigações da ‘Necrópole’ duraram cerca de seis meses e constataram que funcionários que trabalhavam Cemitério Municipal São Lucas, associados a proprietários de funerárias locais, vendiam direitos sobre túmulos, sem repassar valores à cidade.
Segundo a Promotoria, o comércio de túmulos por particulares é vedado pela legislação municipal, uma vez que as concessões de direito perpétuo só podem ser feitas pela prefeitura. “Apenas com as 46 vendas ilícitas já denunciadas, o Município de Ibiporã sofreu um prejuízo de R$ 203 mil”, apontaram os investigadores.
O Ministério Público paranaense indicou ainda que parte dos túmulos negociados teria sido previamente violada, por ordem do administrador do cemitério. Este é apontado como principal agente do esquema.
As ossadas eram transferidas para locais de descarte no cemitério sem comunicação às famílias dos sepultados, de acordo com a Promotoria.
No dia em que a operação ‘Necrópole’ foi deflagrada, em outubro de 2019, duas ossadas acondicionadas em sacos plásticos foram encontradas na sala da administração do cemitério.
O MP do Paraná informou ainda que abriu um novo inquérito para investigar a possível venda de outros túmulos.
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