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Promotoria faz buscas em Minas no rastro da mulher de Queiroz

Márcia Oliveira de Aguiar está com prisão preventiva decretada no inquérito das rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio; Fabrício Queiroz, seu marido, foi preso na quinta feira, 19 em Atibaia, no interior de São Paulo, em imóvel do ex-advogado do senador Flávio Bolsonaro, Frederick Wassef

Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega , Fausto Macedo e Leonardo Augusto
Atualização:

O Ministério Público de Minas Gerais a Polícia Militar do Estado, em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro, desencadearam na manhã desta terça, 23, a segunda Etapa da Operação Anjo para cumprir quatro mandados de busca e apreensão no âmbito das investigações sobre 'rachadinhas' no gabinete do senador Flávio Bolsonaro à época em que era deputado estadual no Rio. Segundo a Promotoria, a ação tinha como objetivo localizar Márcia Oliveira de Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar e suposto operador financeiro de organização criminosa instalada no gabinete do filho '01' do presidente. No entanto, as diligências já foram cumpridas sem que Márcia fosse encontrada.

Botto Maia, mãe do miliciano e mulher de Queiroz. Foto: Reprodução

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Segundo informações do Ministério Público de Minas Gerais, os quatro mandados são cumpridos em endereços na capital. A Policia Militar, no entanto, diz que os quatro mandados são cumpridos 'em território mineiro'.

Márcia é considerada foragida desde quinta, 18, quando foi deflagrada a primeira etapa da Anjo. A ofensiva do MP-RJ nas apurações sobre as 'rachadinhas' prendeu Queiroz em Atibaia, em imóvel de Frederick Wassef, que se autointitula advogado e amigo da família Bolsonaro. Segundo os investigadores, Queiroz levava uma 'vida confortável e ativa' no imóvel de Wassef, que deixou a defesa do senador Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas no domingo, 21.

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As ordens de prisão preventiva de Queiroz e sua mulher foram expedidas pelo juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Rio. Na representação enviada à Justiça para a deflagração da 'Anjo', os investigadores apontaram que a prisão preventiva era a única medida cautelar que impediria o ex-assessor de Flávio Bolsonaro e sua mulher 'de fugirem da Justiça ou de destruir provas, pressionar testemunhas e coinvestigados, na tentativa de obstaculizar o prosseguimento regular da investigação e da futura ação pena'.

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Com relação à Márcia, Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau considerou que ela teve 'participação fundamental' nas manobras para embaraçar as investigações das 'rachadinhas', que apuram crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Segundo Nicolau, era 'inequívoco' que a mulher de Queiroz, em liberdade, poderia obstaculizar a apuração dos fatos, além de agir sob as ordens de seu marido. Em sua decisão, o juiz escreveu que assim como o ex-assessor parlamentar do filho '01' do presidente Jair Bolsonaro, Márcia também estava se escondendo, recebendo auxílio de terceiro e ainda cogitava fugir caso tivesse ciência de que foi decretada sua prisão preventiva.

Foi a partir de Márcia que os investigadores chegaram ao esconderijo do operador financeiro da organização criminosa liderada por Flávio Bolsonaro - mais precisamente a partir do o celular da ex-servidora da Alerj. O aparelho foi apreendido em dezembro do ano passado, na primeira ofensiva do MP-RJ no âmbito das investigações de rachadinha. Na ocasião, foram realizadas 24 buscas.

Do aparelho, os investigadores extraíram mensagens trocadas entre Queiroz e Márcia em novembro de 2019. Os diálogos mostraram que o casal estaria obedecendo às instruções de alguém referido apenas como 'Anjo', que por sua vez manifestou a intenção de esconder toda a família do de Queiroz em São Paulo. Os textos mostram que Márcia inicialmente considerou a ideia 'exagerada', mas depois 'aceitou fugir' caso ela e Queiroz 'tivessem a prisão decretada'.

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