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Promotoria eleitoral pede prisão do presidente do PR

Na mesma representação pelo encarceramento dos ex-governadores do Rio Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho, presos nesta quarta-feira, 22, Ministério Público Eleitoral solicitou medida cautelar contra Antônio Carlos Rodrigues

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Por Luiz Vassallo e Julia Affonso
Atualização:

Antonio Carlos Rodrigues.FOTO ED FERREIRA/AE Foto: Estadão

O Ministério Público Eleitoral no Rio pediu a prisão preventiva do presidente do Partido da República, Antônio Carlos Rodrigues, na mesma representação à Justiça pelo encarceramento dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho, detidos nesta quarta-feira, 22.

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MAIOR RESTRIÇÃO

Segundo a denúncia, que contém pedidos de prisão, Garotinho foi destinatário de R$ 2,6 milhões do grupo JBS. O repasse foi delatado pelo executivo Ricardo Saud e também foi confessado pelo empresário André Luiz da Silva Rodrigues, que admitiu ter usado sua empresa como laranja no esquema para abastecer a campanha ao governo do Rio.

+ PF aponta propina de R$ 2,6 milhões da JBS para Garotinho e Rosinha

O Ministério Público põe Antônio Carlos Rodrigues como o intermediador do repasse para Garotinho, que teria ocorrido em 2014. Além de pedir a prisão do presidente do PR, o Ministério Público eleitoral também solicitou outras cautelares ao dois líderes partidários.

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+ Garotinho recebeu R$ 3 milhões em contrato fictício com a JBS, diz delator

"Os líderes partidários (Anthony Garotinho e Antônio Carlos Rodrigues) devem ser afastados do exercício de qualquer cargo ou função em agremiações partidárias, enquanto durar o processo, eis que demonstram ser indignos de representar interesses dos filiados e também, de integrar qualquer órgão ou exercer função relativa às eleições, salvo votar e ser votado".

+ Leia a denúncia e o pedido de prisão contra Garotinho e Rosinha

Para os promotores, impõe-se 'também uma maior restrição em suas locomoções, já que usam do cargo diretivo partidário e dos recursos públicos que são dirigidos aos Partidos, para burlarem a lei e obterem benefícios particulares, em prejuízo da coletividade e do bem comum'. "Devem ser proibidos, ainda, de ter contato com as testemunhas do processo e com os outros dirigentes ou integrantes de agremiações partidária, pois é comum que façam, mesmo à distância, articulações políticas espúrias e ilegais, visando as fraudar as eleições que se avizinham".

Segundo os promotores, 'Antonio Carlos Rodrigues já foi senador da República e ainda é o presidente Nacional do Partido da República. Como ocorreu em 2014, e tendo em vista a iminência de novas eleições para Presidente, Deputados, Senador e Governador, há fortes indícios de que continuará realizando tratativas ocultas ilegais à frente do Partido'.

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COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA DANIEL BIALSKI

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O criminalista Daniel Bialski, defensor de Antônio Carlos Rodrigues, disse que o ex-ministro dos Transportes e presidente nacional do PR, deverá se entregar nesta quinta-feira. Bialski disse que Antônio Carlos Rodrigues está viajando, por isso não foi localizado pela Polícia Federal nesta quarta-feira, 22.

"O decreto de prisão é um absurdo. Como se decreta a prisão preventiva depois de tanto tempo do fato e se não há nada que realmente mostre que essa prisão é necessária?", questiona Daniel Bialski, que nesta causa atua em parceria com Marcelo Bessa, advogado do partido presidido por Antônio Carlos Rodrigues.

"Você não tem qualquer elemento daqueles exigidos na lei para dizer que essa prisão dele e do genro (Fabiano) é realmente necessária para garantia da instrução penal, da segurança de testemunhas ou da ordem pública ou econômica", enfatiza Bialski. "Os fatos são extremamente discutíveis, com base em uma delação."

O advogado destaca que o ex-ministro dos Transportes do Governo Dilma (2012/2014) 'sempre teve uma vida política e pessoal abolutamente impoluta, ocupou cargos importantes na política nacional'.

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"A ordem de prisão soa, além de exacerbada, um tanto quanto exagerada."

O criminalista informou que nesta quinta-feira, 23, deverá ingressar com habeas corpus. "Antônio Carlos Rodrigues está viajando, mas vai se apresentar, obviamente, porque nada tem a esconder e não pretende, de forma alguma, afrontar uma decisão judicial."

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